Games Com Café 001 – A 8ª Geração Dos Videogames

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Games Com Café. Dois dos melhores prazeres da vida em um só vídeo.

Com o Wii U lançado, o Playstation 4 anunciado e o novo Xbox envolto em mistérios, a oitava geração de consoles promete muitas surpresas (nem todas boas).

No primeiro episódio desta nova série do TheBoss, nós batemos um papo sobre o que a próxima geração trará e nos perguntamos: O lançamento de um novo console ainda carrega a mesma magia de antes? Claro, tudo isso regado a um delicioso café.

Games Com Café 001

A 8ª Geração Dos Videogames

 


TheBoss NewGame 011 – Metal Gear Rising: Revengeance

Um novíssimo Metal Gear. Sai o “Solid”; entra o “Rising”. Kojima está lá, no topo, supervisionando a coisa toda.

Mas com a mão na massa está a Platinum Games, que teve liberdade total para colocar Raiden “hacking e slashing” seu caminho no intrincado lore da franquia — o que sei sobre a história: Revengeance acontece quatro anos após os eventos de MGS4… e só ^_^

Com uma mecânica de controlar a espada incrivelmente interessante e, ao mesmo tempo, deixando a desejar pela falta de um lock-on (ok, eu joguei Bayonetta… mas sei lá…), este Metal Gear já é considerado por alguns o melhor desta geração.

TheBoss NewGame 011

Metal Gear Rising: Revengeance

 


Cosmic Fast #7 – Essa Tal De PSN

*Se estiver sem tempo para ler o “ensaio” a seguir, desce logo até o vídeo no final do post!

Quinta-feira, 21 de abril de 2011. O dia em que a PSN parou. Até a data deste post, o serviço que deixou órfão jogadores das modalidades multiplayer online de títulos recém-lançados de peso como Portal 2 e Mortal Kombat “9”, ainda não teria voltado, completando 9 dias fora do ar. A situação, que impede tanto a jogatina online quanto os demais serviços oferecidos pela PlayStation Network (download de DLCs e de jogos, acesso a filmes e outras mídias, dentre outros), ganhou notoriedade espantosa, chegando até a mídia não-especializada. Imagina só, uma rede online de videogames ganhando matéria no Jornal Hoje. Videogame anda bem popular esses dias. E, se você tem um PlayStation 3, seu número de cartão de crédito também.

Enquanto a PSN não volta, muitas piadinhas, muita gente caçoando da Sony por aí – que se orgulhava do seu todo-poderoso PlayStation 3, a máquina dos sonhos do gamer em 2006, lembram? Já antes de lançar, ganhou status de “super-computador” por conta do seu hardware “poderosíssimo”. Nada disso se mostrou muito útil, e já estamos em 2011 aguardando “os desenvolvedores ficarem à vontade para mostrar o potencial”. Conversa fiada – lembram dos jogos da primeira leva do Super Nintendo e do Mega Drive? Eles já eram tecnicamente bons, ótimos até – o poder da máquina já tinha sido “unleashed” pela Nintendo e pela SEGA desde o lançamento, ora. Claro que alguns jogos saem melhores com o passar do tempo, mas nunca é nada tão gritante.

Empolgada demais com seu novo console, a Sony andou até soltando uma mentira deslavada no lançamento do PS3: que o console teria poder para rodar jogos na mítica resolução Full HD – inclusive o fabricante aproveitava e lembrava das suas TVs Full HD que iriam “unleash the power of PlayStation 3”. Só tinha um problema: nenhum jogo típico manteria um framerate aceitável nessa resolução – o conjunto do hardware simplesmente não dá conta. Justamente por isso, nenhum jogo “grande”, com gráficos típicos, foi lançado nessa resolução até hoje – e nunca será.  No final das contas, tecnicamente, é um “Xbox 360 da Sony” – com algumas exceções de gráficos até inferiores, como o famoso caso do Bayonetta. Quem diria: pra quem gosta de gráficos e resolução, a empresa menos “recomendada” atualmente nesse território,  vai ser a que (muito provavelmente) trará o tal do Full HD de verdade antes de todo mundo, na próxima E3… Pra terminar, voltando à Sony: sua rede, a tal PSN, é indiscutivelmente menos interessante do que a Live da concorrente. Não precisava nem deste estrago para percebermos isso.

Por favor, não entenda mal: o console da Sony é um legítimo PlayStation, o que por si só, já vale a compra (3/4 dos colaboradores deste blog possuem o bixinho). Só que a empresa estava um pouquinho de salto-alto, ou pelo menos exibia excessiva confiança no seu novo produto e talvez até precisasse dessa rasteira dos hackers (além da rasteira dada pelo Wii) para refletir e voltar com mais força e, por que não, humildade. O terceiro PS tem vendido bastante ultimamente, e no final das contas, se estabeleceu muito bem entre os jogadores de videogame desta geração.

Nós do Cosmic Effect decidimos prestar solidariedade à Sony, ao PlayStation 3 e à PSN. Este Cosmic Fast mostra como o gamer típico se sente desnorteado, incapacitado, impotente com a PlayStation Network fora do ar. Um episódio onde toda a tripulação do Cosmic Effect participa, além de dois convidados especialíssimos muito conhecidos na PSN, digo, na nossa retrosfera.E falando em PSN, no final do vídeo apresentaremos um terceiro convidado: sua PSN ID será revelada para quem desejar um multiplayer de Killzone com o cara – quando a PSN voltar, basta adicioná-lo, ele é muito receptivo. É conhecido por ser o melhor jogador do planeta. Do Killzone.

Não se preocupem: apesar de todo esse papo next-gen, este vídeo terá o mesmo conteúdo retrogamer que já estão acostumados. Bem, amigos, este é o…

Cosmic Fast

Edição #7: Essa Tal De PSN

Sem tempo para assistir o vídeo?
O nosso amigo Sephrox fez um resumão:

As participações do Sephrox aqui no Cosmic Effect são raras, porém brilhantes.
Obrigado Sephrox. Estamos te esperando na rodoviária para uma calorosa recepção.

Canais somente com vídeos produzidos pelo Cosmic Effect

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Cosmic Cast #7 – Sick & Play


Aqui estamos – demorou mas finalmente saiu a sétima edição de nosso Cosmic Cast, dessa vez analisando jogos – tanto maravilhosos quanto tenebrosos – para jogar quando estamos doentes.

Acontece com todo mundo. Acordamos com aquela dor de cabeça de rachar o crânio, o nariz mais entupido que engarrafamento 6 da tarde e a voz tirou férias, volta mês que vem. Deveríamos ficar de repouso, mas claro que não, vamos é fraturar os dedos de tanto jogar videogame.

Resolvemos então dar uma olhada nos melhores e piores gêneros de jogos para jogar doente. Atenção retrogamers e molecada, não estamos analisando os jogos em si, mas se os jogos são ou não adequados para jogar estando doente.

Então, com vocês…

Cosmic Cast

Episódio #7: Sick & Play

Nossos canais somente com os vídeos da série Cosmic Cast:

No YouTube
http://www.youtube.com/user/CosmicEffectGaming

No Vimeo
http://www.vimeo.com/user4397129

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Esmagação X Processamento

Por Eric Fraga.

Ah, Decathlon. Em tempos de Wii e seus jogos desconcentrados despretenciosos não consigo esquecer dos pingos de suor que rolavam ao jogar o “Olimpíadas” da Activision no Atari 2600 contra até outras 3 pessoas. Acho que nunca derramei uma gotinha de suor jogando Wii Sports (risos) – mas tudo bem, devo brincar muito pouco com o jogo mais vendido da história dos videogames (o tal Wii Sports é “o tal”).

Com o joystick nas mãos, o lance era jogar para um lado, para o outro, para um lado, para o outro, sem parar, o mais rápido possível e só – nas provas de corrida de 100, 400 e 1500 metros rasos pelo menos. Tinha gente que ia muito bem nessas, “tremia” o joystick (técnica para obter a máxima velocidade nas provas de somente corrida) e arrasava. Mas, nos 110m com barreiras, por exemplo, alguns jogadores se perdiam – porque além da velocidade, era necessário timing perfeito nos pulos. Poucos saltos onde o “Pitfall Harry” tocava na barreira eram suficientes para garantir a vitória do amiguinho mais lento na corrida, porém mais preciso nos pulos.

A partir daí, muitos jogos passaram a premiar a precisão temporal do nosso relaxante apertar de botões. Neste início, principalmente os jogos de nave. Herança da alta dificuldade dos arcades, os schmups dos consoles em sua maioria não ofereciam tiro contínuo (ou rapid fire, como preferem os fãs do Master System). Então, além de se desviar das hordas de inimigos e sua chuva de projéteis, tínhamos de caprichar no speed do botão do tiro principal. E tome esmagação. Como visto no “gráfico” que abre esta incursão, o processamento do jogo, por limitação de hardware ou por decisão do programador, descarta muitas pressionadas de botão.

Até mesmo diante da empolgação gráfica e sonora que o jogo imprimia na experiência, alguns gamers reagiam mandando bala o tempo todo – e não percebiam que aquela estratégia não ajudava tanto. Defender do Atari 2600 é um shmup da própria Atari com uma boa dose de estratégia e que já premiava o jogador que não sentava o dedo o tempo inteiro: o tiro (um raio, neste caso) tinha sua trajetória interrompida – se o inimigo estivesse distante, ele deixaria de ser atingido. Space Invaders e Yar’s Revenge limitam a apenas um tiro na tela – mesmo assim alguns jogadores entravam num “modo rapid fire” e cansavam os dedos à toa, provavelmente para não terem de se preocupar em manter o ritmo.

A geração seguinte continuou sofrendo influência dos arcades trazendo shmups de scroller horizontal/vertical e em perspectiva para os consoles. R-Type no Master System era considerado um dos melhores jogos de nave para consoles domésticos da época. Nele, o timing adequado do jogador nos tiros ajudava, principalmente quando sua nave estava com o tiro mais simples. Astro Warrior, outro shmup do mesmo console, premiava o tiro certeiro destruindo fileiras inteiras de certos inimigos.

After Burner no Master System apresentava dois ataques: o míssil teleguiado, acionado pelo famoso “fire” na versão original do arcade e por um blip no 8-bit da SEGA, e o canhão. Se o botão do canhão for pressionado rapidamente, o caça solta 3 tiros e dá uma enorme pausa até o próximo projétil, penalizando o jogador. Se dividir o tempo, distribuir os 3 tiros e na próxima apertada de botão você segurá-lo, seu timing fica “salvo” e basta seguir pressionando. Sutil, mas ajuda muito a destruir aquelas fileiras de inimigos na diagonal clássica da SEGA (Space Harrier, Thunder Blade…).

Nos computadores, Prince of Persia introduzia o realismo nas animações dos personagens em um game de plataforma. E o pulo neste jogo é um exemplo de gameplay refinado e que requer precisão: até pressionar a tecla (ou botão, para quem o conheceu somente nos ports para console mais tarde) mais fortemente o game nos estimulava. Isso porque o timing do pulo não era “o momento do pulo” – esta precisão representava o  esforço necessário para executar aquela ação. Vi muito coleguinha na época que se frustrava com a dinâmica do pulo de Prince Of Persia no PC e gostava só de olhar o outro jogar, apreciando as animações absurdas – em tempos de Castlevania e Shinobi sendo o supra-sumo das animações realistas nos videogames, aquela fluidez só era encontrada nos MS-DOS e Amigas da vida.

O timing preciso foi incorporado ao gameplay em diversos outros gêneros, até mesmo onde a ação não é o foco. Em Super Mario RPG, no Super Nintendo, precisão no tempo causa dano dobrado pro encanador e sua trupe. Em Final Fantasy 8 do PlayStation o limit break de Squall dependia muito de timing para causar mais dano. Tales of Vesperia no Xbox 360 apresenta um final strike que depende do apertar de botão na hora exata para acontecer. Claro que temos todos os jogos de luta lotados de combinações que requerem timing preciso – até Double Dragon era possível vencer na esmagação, mas após a Capcom inventar Street Fighter isso acabou… E não podemos nos esquecer dos jogos musicais, moda atual nos consoles modernos que requer timing para garantir a impressão de que o gamer toca guitarra.

E temos Bayonetta.

Ah, Bayonetta. Não, não estou me referindo à protagonista. Até poderia, mas não é o caso. O objetivo é tratar do fantástico sistema de combos herdado de Devil May Cry. A continuação espiritual da famosa franquia aprofundou os combos de tal maneira que, acredito, nada parecido foi feito em videogames neste aspecto. O game se torna até impossível de se jogar, mesmo na dificuldade normal, se o jogador não se esforçar para conseguir os combos que requerem pausas. Tanto que o jogo da SEGA apresenta um modo easy que é mais do que fácil: é automático. Um dos produtores explicou o por quê: “Queríamos aumentar o público, permitindo que jogadores menos experientes aproveitem o game inteiro, sem necessariamente terem de investir tempo”.

O investimento em timing é pesado para pelo menos você conseguir terminar o jogo. Lutas ordinárias com os bichinhos entre os chefões têm o sucesso da voluptuosa japonesa determinado pela realização dos combos. E estes são longos e, os melhores, os mais eficientes, os que dão mais dano são os que contém pausas de meio segundo entre as pressionadas. Imagine no calor da batalha – e elas são pelo menos duas vezes mais intensas do que em DMC4, diria eu – você ‘smashando’ com toda sua força nos combos sequenciais e o que acontece? A bruxa morre. Só que a bruxa neste caso é o seu personagem.

Esta característica isolada garante deliciosos “momentos hardcore next-gen” do início ao fim deste grande jogo da SEGA atual. As dezenas (talvez umas 50 possibilidades) de combos geram um efeito colateral divertido: você errou uma sequência, há uma boa chance de executar outro combo similar. Mas isso não tira você do controle do personagem de maneira alguma. Assim como em DMC, o jogo premia a variedade de combos executados em cada fase. E, ainda sobre o timing, o famoso “Witch Time” de Bayonetta é divertidíssimo: você desvia no último momento de um ataque inimigo, o jogo entra em slow menos Bayonetta – hora de caprichar nos combos.

Enfim, este é um ótimo exemplo do que a geração atual tem de bom e propiciando desafio para jogadores que acompanharam a evolução dos videogames. Que desde Combat do Atari ou Senhor das Trevas no Odyssey se preocupa em manter-se no ritmo – mesmo quando não está jogando Guitar Hero…

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