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Fãs e críticos espinafraram este jogo por ser linear demais: você passa o tempo quase todo andando por corredores sem muitas opções de exploração. Mas esse também é o maior trunfo de FFXIII, que corta todas as “gordurinhas” típicas de RPGs.
A trama, movimentadíssima, segue que nem uma flecha do início ao fim, sem nunca perder o pique (coisa rara em RPGs). Os personagens não são lá grandes coisas, mas são unidos por uma luta desesperada por suas vidas, que somada à mecânica otimizada dos combates dá ao jogo um ritmo invejável.
Com o sistema de paradigmas, você não precisa escolher magias nas batalhas: apenas diz “você é o healer e você é o cara das magias de ataque” e pronto, o jogo escolhe as magias com base nas suas ordens.
Parece fácil? Não é: até as batalhas comuns são desafiadoras e exigem um uso criterioso dos paradigmas, senão é derrota na certa. Quem anda meio de saco cheio dos excessos do gênero como eu vai amar; os demais devem passar longe.
Um jogo que não pude jogar na era 16 bit. Finalmente pude ter contato com ele graças aos emuladores, e sinto-me arrependido de não tê-lo jogado antes. Estou me referindo a Final Fantasy 6 – ou 3, como foi lançado nos EUA. Este jogo é simplesmente fantástico, capaz de arrancar lágrimas dos fãs da aclamada série. Se você é um dos poucos seres humanos da face da terra que gosta de RPGs e não o experimentou, faça-o e logo: compre usado para Super Nintendo, pegue um emulador, roube de alguém (brincadeirinha, hehe) mas JOGUE-O AGORA. Após o lançamento original para SNES, ele foi relançado para PSOne e Nintendo DS, então não há desculpas para continuar cometendo nenhum pecado.
A música de Final Fantasy 6, assim como a dos cinco anteriores e a do famoso Final Fantasy 7, foi criada por Nobuo Uematsu. Trata-se de uma trilha sonora não menos que fantástica e que põe a prova todo o poder do DSP do Super Nintendo, com canções que usam muito mais que os três ou quatro instrumentos vistos comumente em videogame music.
A música Prelude é o tema principal de toda a série, pertencendo às aberturas de todos os Final Fantasies desde o primeiro da série. Esta canção foi baseada em um dos prelúdios de Bach e mostra de cara o talento de Uematsu para criar canções que marcam.
Vale notar que, antes da série Final Fantasy, não era muito comum o uso de música erudita em jogos de videogame. Até mesmo os capítulos anteriores da série utilizavam música classica muito “levemente”, normalmente limitadas ao título ou ao último chefe do jogo. Foi em Final Fantasy 6 que Uematsu resolveu se inspirar no estilo erudito para criar a maior parte das canções. Uma coisa que impressiona é que cada um dos QUATORZE personagens que compõem a equipe tem sua própria música tema e história pessoal – é bastante detalhe por personagem para um jogo com tantos, um excelente trabalho da Square Enix – na época SquareSoft – e de Uemastu.
Uma de minhas canções favoritas – e de 14 entre 10 fãs de Final Fantasy 6 – é a famosa ópera cantada pela personagem Celes (Ceres na versão japonesa). Esta é Aria de Mezzo Carattere.
Sniff… é de botar marmanjo pra chorar.
Mas não só de protagonistas vive um bom jogo – os antagonistas também são responsáveis por grande parte do charme de um RPG. No quesito vilões, Final Fantasy 6 dá um show a parte, trazendo um dos vilões mais insanos e odiosos da série Final Fantasy – e porque não dizer de qualquer outro RPG para consoles – o malígno Kefka.
É muito comum, em RPGs para consoles, os vilões serem os mais genéricos possíveis, com motivações clichês e uma necessidade estapafúrdia de matar pessoas “só porque ele é muito mal” – mas não é o que acontece aqui. Acredito que entre os vilões mais memoráveis dos RPGs de videogame estão Sephiroth e Kefka, mas existe um gostinho especial em derrotar o segundo; Kefka é simplesmente LOUCO e suas motivações são erráticas e interessantes. Pense no Coringa do Batman e você vai começar a ter uma idéia de como a mente deste cara funciona. Se você terminar o jogo gostando de Kefka aconselho seriamente que você procure um psicólogo, ou melhor, um psiquiatra.
Como vilão de respeito que é, Kefka merece sua própria música – ou músicas – já que aqui ele tem várias. Seu grande tema é a música Dancing Mad (apropriado, não?) e na trilha sonora oficial do jogo ela é dividida em 5 partes que, juntas, superam os 17 minutos de duração: One Winged Angel? Que nada. Isso que é música tema de respeito. Aqui eu lhes a apresento, dividida em duas partes:
Final Fantasy 6 tem muitas outras músicas que valem mencionar e, se eu desejar falar da metade delas, seria melhor escrever um livro. Então o que recomendo a você, leitor, é que providencie este jogo e jogue. Caso você não possa jogar, esteja sem tempo ou ache esse troço de RPG “um saco”, recomendo pelo menos escutar sua ótima trilha sonora: tenho certeza que não vai se arrepender.
Para fechar este post, recomendo mais algumas músicas para vocês aproveitarem. Fica como dever de casa procurar por elas, ok? Até a próxima.