Cosmic Cast #36 – A Magia Do Atari 2600 – Segunda Parte

Continuem conosco na viagem rumo às profundezas mágicas do Atari 2600, na segunda parte deste episódio “espontaneamente especial” de nossa série em vídeo sobre retrogaming.

O cartucho de Video Chess, o xadrez da Atari, que gerava imagens na tela da TV dignas de uma manifestação epiléptica (como assim, tanta ação em um jogo de xadrez?); a tradição de jogos de nave ambientados em cavernas e uma lente de aumento na arte atemporal de certos cartuchos — que inclui até um console dentro de um… porta-frios?

Amigos, a técnica de programar jogos começa a se transformar em algo que os criadores do Atari 2600 nunca iriam imaginar…

Cosmic Cast

Episódio #36: A Magia Do Atari 2600 – Segunda Parte

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Se não assistiu a primeira parte:

Cosmic Cast #36 – A Magia do Atari 2600 – Primeira Parte

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Cosmic Cast #36 – A Magia Do Atari 2600 – Primeira Parte

“O Atari da Atari”.

Amigos do Cosmic Effect: por gentileza, peço-lhes que cliquem no play e façam esta viagem conosco nos mistérios do videogame que começou tudo: o Atari 2600.

Lembre da caixa de sapatos do seu amigo repleta de cartuchos loose de Atari. Viaje na magia do intrigante projeto de hardware do console, que estimula a criatividade do amante da tecnologia e da cultura dos videogames — até os dias de hoje.

Este episódio conta com a ilustre presença de um convidado muito especial, apresentado por aqui no Cosmic Cast #29: o Arnaldo Diniz. Agora, exibimos o conteúdo inteiro do nosso papo recheado com cartuchos de Atari (e Halo… como?) sobre a mesa e um console com 30 anos de idade que sequer tinha led — que dirá 3 luzes vermelhas.

Seria este o motivo do Atari 2600 ser eterno? Descubra conosco no…

Cosmic Cast

Episódio #36: A Magia Do Atari 2600 – Primeira Parte

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Game Music Original > Adventura Saga – Battle Theme Normal

Amigos, gostaria de compartilhar com vocês mais uma game music original. Adventura Saga é um RPG old-school para Windows Phone, projeto em andamento do Andre Nunes. Apresento-lhes a Adventura Saga – Battle Theme Normal, música de fundo das batalhas aleatórias. A idéia do Andre para este jogo inclui os conhecidos elementos dos RPGs clássicos, com batalhas aleatórias em turno, visão do mapa tipo “overworld” e… os dragões da moda, claro :)

Ele havia me pedido algo com sonoridade que pudesse remeter um pouco à era do PlayStation; optei, portanto, em utilizar muitos strings sintéticos (nome tradicional no universo dos teclados/sintetizadores dado aos sons que simulam violinos), que foram adotados em Chrono Trigger/FFVI na quarta geração e continuaram “firme e forte” até a era PlayStation. E arpas sintéticas, muitas delas ao fundo… Ou seja, propositalmente escolhemos timbres “datados” para, pelo menos, tentar provocar algum tipo de nostalgia neste sentido ao jogador que possa vir a experimentar o jogo de Windows Phone em questão.

Uma boa música de batalha em RPG old-school, por conta da constante repetição dos combates, é algo bem-vindo (pelo menos esta deve ser a meta do compositor, imagino). A Battle Theme Normal inicia-se com uma rápida introdução, para casar com a típica transição “mapa>visão de batalha”. Procurei desenvolver um tema inicial, com melodia bem definida (com os tais strings governando) que dá lugar a dois novos trechos, totalizando 3 partes distintas.

O objetivo da variedade “forçada” é óbvio: criar alguma… variedade para o jogador que teoricamente irá escutar tantas vezes a mesma música. A segunda parte, por exemplo, apresenta outra melodia distinta ao tema, num instrumento mais suave (no caso desta música, uma flauta); a terceira parte procura não definir uma melodia, propositalmente, para deixar o clima um pouco “ambiente” por um tempo. E loop…

Espero que gostem e, puxa, este joguinho promete… :)

Adventura Saga – Battle Theme Normal (by Cosmonal) [2011]

E, seguindo com a brincadeira de soltar uma “game music em K7” como Bonus Track… alguém aí curte a trilha sonora genial, dark e envolvente de Shadow Of The Beast? Seja no Amiga com seu poderoso formato de música MOD ou no excelente port para o Mega Drive, que manteve as músicas originais (curiosidade: existe a ROM por aí do não-lançado “Super Shadow Of The Beast” para SNES que, infelizmente, teve parte da trilha trocada, perdendo boa parte do charme) a trilha composta pelo inglês David Whittaker é, no mínimo, cult entre os amantes da boa game music.

Pessoalmente, tenho uma intensa relação com este belo jogo da Psygnosis, sendo mais um que, após terminá-lo — uma única vez, com a ajuda de um aparelho VHS fazendo às vezes de “personal YouTube” — fui direto para o teclado ansioso por tirar, tocar e “produzir” a convidativa música da floresta… principal cenário do sombrio Shadow Of The Beast…

Como de costume, é importante ressaltar que esta versão não representa o tipo de trabalho com game music que faço atualmente, além de ser uma digitalização direta de uma fita cassete mal-conservada. É apenas um curioso registro histórico deste peculiar aprendizado onde os chiptunes eram os meus professores de música…

…e que tenho o prazer e a honra de tê-los aqui presentes, amigos, que dedicam um pedaço do seu precioso tempo para escutar estas versões cheirando a cartucho de videogame velho e com o “hiss” característico das fitas BASF… :)

Shadow Of The Beast – The Forests ’92 (by Cosmonal) [1992]

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Hyper Olympic 1 & 2 (MSX)

por Euler Vicente

Todo jogador proprietário de um Atari 2600 jogou Decathlon. O amado jogo da Activision fez a molecada dos anos 80 suar para bater recordes olímpicos. Era o Wii Fit daquela década.

A Konami também tinha o seu game olímpico: Hyper Olympic, lançado em 1983 para os arcades japoneses e rebatizado como Track & Field ao desembarcar no lado de cá. Apesar da premissa ser a mesma do Decathlon do Atari, a versão de fliperama simplesmente não apresentava uma alavanca para que os gamers pudessem movimentar o atleta virtual. A Konami optou por usar dois botões que eram freneticamente pressionados fazendo o personagem correr, mais um terceiro botão de ação (pular, arremessar, entre outros).

Praticamente todas as casas de fliperama (pelo menos aqui em Salvador) possuíam uma máquina de Track & Field. Por causa da popularidade, logo surgiram versões caseiras como a do MSX. O autor deste artigo não esquece do seu cartucho original da Gradiente, especialmente das ilustrações engraçadas presentes na capa…

No MSX, a Konami decidiu dividir o jogo em dois títulos complementares: Hyper Olympic 1 e Hyper Olympic 2, ambos lançados em 1984. Esta divisão não foi muito convincente: afinal, eram poucas provas em cada cartucho. Provavelmente uma estratégia da empresa para aumentar o faturamento? Que vergonha, Konami. A Activision lançou o Decathlon para o MSX e com todas as 10 provas!

Seja como for, a Konami fez um ótimo trabalho na conversão. Os gráficos eram bem próximos aos do arcade, obviamente superando e muito o Decathlon do Atari neste aspecto — nosso parâmetro na época. Um detalhe engraçado era o fato de os personagens masculinos em jogos de esporte da Konami sempre terem bigode. Provavelmente uma técnica para disfarçar a baixa resolução: era difícil desenhar uma boca decente com tão poucos pixels. O mesmo acontecia com o Jumpman no Donkey Kong, reza a lenda.

O Hyper Olympic 1 apresentava as seguintes provas: 100 metros, 400 metros, arremesso de martelo e salto à distância. O Hyper Olympic 2 complementava com: 110 metros com barreira, arremesso de vara, salto em altura e maratona.

Manhas, truques e cacoetes

Era muito bom jogar Hyper Olympic no MSX; porém, observar nossos amigos jogando era ainda mais divertido.

Havia o sujeito que prendia a base do controle entre as pernas e usava a palma das mãos para fazer os movimentos laterais. Usar o controle de cabeça para baixo também funcionava melhor para alguns jogadores. Tinha o amigo que dava pequenas “palmadas” somente para um lado; outro que preferia jogar de pé. “Assim consigo maior velocidade” — afirmava, com convicção. Valia de tudo. E as expressões faciais de esforço eram de matar de rir…

O macete mais estranho que talvez exista só acontecia nos arcades. Não dá para imaginar como este tipo de coisa começou e como se espalhou naquele tempo. Mesmo na ausência das redes sociais, o fato é que as pessoas começaram a jogar o Track & Field no fliperama usando uma caneta!

Este era o “procedimento”: a mão esquerda (se fosse destro) repousava entre os botões de corrida. Então, pegavam uma caneta — nada de Bic 4 Cores aqui — e apoiavam-na em cima do dedo médio, com o anelar e o indicador por cima, criando uma “gangorra” com a esferográfica. Com a mão direita pressionavam a extremidade direita da caneta, que fazia um movimento de gangorra com a ajuda do dedo anelar, permitindo que se imprimisse uma maior velocidade na corrida. Era ao mesmo tempo engraçado, bizarro e muito eficiente.

Algum leitor do Cosmic Effect fez uso desta elaborada técnica numa máquina de Track & Field dos fliperamas? Confesse nos comentários, por gentileza.

The Mighty Dynacom!

Algo decididamente interessante naquele tempo para nós, consumidores, eram certas compatibilidades não-oficiais entre dispositivos de fabricantes totalmente distintos.  No MSX, por exemplo, o controle do Atari funcionava perfeitamente. O original e qualquer similar caíam muito bem no micro-computador, especialmente nos jogos que necessitavam apenas de um botão de ação.

Apesar do controle do Expert ser, além de lindo, muito confortável e preciso, não era muito adequado para Hyper Olympic. A amplitude dos movimentos era um pouco longa demais. O controle ideal seria aquele em que os movimentos eram curtos; com uma boa pegada e, principalmente, muito resistente (risos). Talvez seja por isso que o Odyssey nunca recebeu um jogo de olimpíadas. Não que seu joystick fosse ruim, mas Decathlon seria impraticável. O do Atari 2600, este sim, era bem mais apropriado.

Pensando nisso, peço ao meu pai o “Pelé dos controles para se jogar Decathlon”: o  manche da Dynacom! [Nota do Cosmonal: como possuo dois destes aqui — pasmem, sem uso — tirei fotos com o “The Dynastick Controller” novinho para ilustrar]

Saca só o “shape” do controle: ventosas de fixação para prendê-lo a uma base, boa ergonomia, movimentos curtos e… resistente. Seria este o melhor controle já inventado para jogos olímpicos?

Havia também o joystick do HotBit da Sharp, cujo formato era similar ao Dynastick. No entando, era consideravelmente mais caro — motivação decisiva para a escolha do manche da Dynacom.

Continuações?

A série Hyper Olympic seguiu em frente com a continuação Hyper Sports. Desta vez, a Konami apostou em esportes menos tradicionais do quadro olímpico, deixando as provas de atletismo de lado. Talvez por isso a série tenha trocado o “Olympic” por “Sports”.

Novamente, foram lançados dois títulos: Hyper Sports 1 e Hyper Sports 2. O primeiro trazia provas de: mergulho, salto sobre cavalo de madeira, cama elástica e barra horizontal. O Hyper Sports 2 tinha: tiro ao alvo, arco e flecha e levantamento de peso. A segunda série, pessoalmente, desagradou. Tive os originais em disquete, mas torcia o nariz ao vê-los na tela. Posso ter perdido mais uma ótima chance de perder algumas calorias sem o Wii…

SCORE

GAMEPLAY: Mecânicas divertidas, para reunir a turma 4/5
GRÁFICOS:
Fidelidade ao original do arcade 4/5
SOM:
Fica devendo. O som dos passos dos atletas é estranho 3/5
TRILHA SONORA:
Toca Vangelis (Carruagens de Fogo, claro) antes das competições. Suspeito que o MSX faça coisa melhor, não é Eric? 3/5
DIFICULDADE:
“Controles foram quebrados para quebrar recordes…” 4/5

DADOS

NOME: Hyper Olympic
PLATAFORMA: MSX
DESENVOLVEDORA: Konami
ANO: 1984

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H.E.R.O. x Pitfall

Um grande segredo dos tempos do Atari 2600
foi descoberto pelo Cosmic Effect.
Vamos compartilhar com vocês agora.

Antes de mais nada, cuidado com pessoas
observando seu computador. Caso esteja
no tablet, aproxime-o dos seus olhos.

Primeiro, pegue o cartucho original de H.E.R.O. e
insira-o no seu Atari, mas não no emulador:
só funciona naquele console original,
frente de madeira.

Espere um dia de chuva. Aguarde pelo momento
torrencial. Quando acontecer, puxe a alavanca
Game Reset 5 vezes e olhe para esquerda.

Importante: se você possuir aquele joystick wireless
original da Atari, desligue-o antes do procedimento ou tudo falhará.

Agora, pegue Pitfall. Coloque o cartucho no sol,
pela manhã, numa posição que permita a projeção
da sombra na base do seu console.
Se fez tudo certo, um mapa será revelado
com um link para um pequeno vídeo.

A Activision nega, mas foram encontradas
fitas VHS escondidas dentro de um Atari 7800
perdido no sótão da residência do Sr. David Crane.
No conteúdo das fitas, muitas pitfalizações e a
sequência que assistirão a seguir, com exclusividade cósmica.

Se você viu este vídeo aqui, evite comentar em páginas
de rede sociais que não são seguras. Também, desconfiem
de qualquer página da Internet que apresente mais pixels
do que os cartuchos de Atari.

Talvez um projeto de desenho animado com
os dois maiores heróis de toda uma geração?

Autor: anônimo
IP: [bloqueado]
DELTREE/Y *.*
CLS

“Somente é forte a força coletiva!” P.H.

Produzido por © 2012 CFX Team

Música: “Ascension To Virginity”
Dave Grusin: Ocean’s Twelve OST
© 2004 Warner Bros.

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