Xbox Music: para ouvir música até estourar

Há pouco, pouquíssimo tempo atrás, numa galáxia muito próxima, a moda da música era baixar MP3. Kazaa, eMule, Megaupload, Piratebay: a gente – digo, vocês, que são criminosos, eu sou um santo — catava música em várias fontes diferentes. Nem sempre era fácil achar o que a gente procurava, a qualidade do áudio variava de download para download e o risco de vírus era constante.

Mas isso já é passado. Em tempos de mobilidade, em que a gente tem computador, notebook, videogame, celular, tablet e chaveirinho que roda Android, ficar copiando a coleção de músicas de um aparelho para o outro não tem condição.

É aí que entra o Xbox Music, uma espécie de Netflix musical. Você paga 15 reais por mês (o primeiro mês é gratuito) e pode navegar livremente pelo cardápio musical da Microsoft, ouvindo quantas músicas quiser. No momento o serviço só roda no Xbox 360, no Windows 8 e em telefones Windows Phone 8. Porém, a Microsoft promete levar a coisa toda para outros dispositivos no futuro, então os donos de dispositivos móveis rodando iOS ou Android já podem ir se animando. Também há a previsão de uma rede social unindo usuários do Xbox Music em breve.

Estou usando o serviço há dias no Xbox, e fiquei bastante surpreso com a qualidade do negócio. Tudo funciona via streaming, como no YouTube. Eu tenho conexão de 10 Mb, e o streaming funcionou perfeitamente, sem qualquer travadinha. Minto: em uma ocasião a música simplesmente parou de tocar, mas a culpa muito provavelmente foi da minha conexão.

Para quem prefere comprar músicas e baixá-las, o Xbox Music também tem uma lojinha online, mas infelizmente ela ainda não opera no Brasil. A partir do ano que vem, um serviço de armazenamento em nuvem permitirá o acesso à sua coleção pessoal onde quer que você esteja. Até que se prove o contrário eu acredito que quem já tem uma boa coleção de músicas no iTunes não vai querer mudar de time.

Por outro lado, o serviço da Microsoft é muito mais interessante que o da Apple para pessoas como eu, que não têm “iNada” e vivem rodeadas por dispositivos compatíveis da Microsoft – Windows no PC, Xbox na sala e, caso a Microsoft cumpra sua promessa, celular com Android.

Xbox

Mas de nada adiantaria tudo isso se a oferta de músicas não fosse boa, e esse é o maior destaque do serviço: de artistas pop como Coldplay e U2 a nomes menos conhecidos por estas bandas, como Tori Amos, The Wallflowers e a violinista-prodígio Vanessa Mae, o Xbox Music sempre retornou alguma coisa nas pesquisas que eu fiz – na maioria dos casos, encontrei vários discos (muitas vezes todos) de cada artista, disponíveis para audição na íntegra, na hora, sem espera. Há até alguns clips para a gente assistir, mas aí a oferta já é bem mais modesta.

Artistas brasileiros também estão incluídos: há vários discos do Kid Abelha, por exemplo, e quando minha sogra pediu para ouvir Nelson Ned eu quase caí para trás ao ver que ela poderia até escolher o disco! Wando? Sydney Magal? Estão lá também. Impressionante. É claro você não vai achar muita game music por lá, mas a trilha do Halo 4 está às ordens para quem quiser ouvir.

Quando você bota uma música para tocar, o Xbox Music exibe uma apresentação de slides estilizada com fotos do artista em questão – artistas menos badalados geralmente não têm fotos específicas; nesse caso, o serviço exibe a capa do disco em um mosaico como fundo. Você pode criar e salvar playlists; também pode simplesmente ouvir uma música e apertar o botão X sobre outras para que elas sigam para uma fila (que nada mais é do que uma playlist não salva). A mecânica funciona bem, mas senti falta de uma opção que me permita manipular facilmente essa playlist.

Um recurso muito bacana é o SmartDJ, que monta automaticamente uma playlist com artistas semelhantes aos que você estiver ouvindo no momento. Enquanto eu ouvia um disco do REM, ativei o SmartDJ e ouvi Yo La Tengo, Counting Crows e outras bandas que, de fato, costumam agradar a quem curte REM. Já minha esposa ativou o SmartDJ enquanto ouvia Josh Groban (um cantor pop-lírico), e a playlist incluiu Michael Bolton, Andrea Bocelli e Ill Divo, todos artistas semelhantes em estilo. Enfim, o SmartDJ não só funciona como uma rádio que só toca artistas do estilo que você curte como ainda serve para você descobrir bandas com grande potencial de agradá-lo.

Na tela de abertura, há uma seção que destaca discos novos; isso é ótimo para quem gosta de estar sempre trazendo mais artistas para sua playlist. Agorinha mesmo fui navegar por essa lista e meio que aleatoriamente botei para tocar o disco do Jake Bugg – nunca tinha ouvido falar nele, é um cara de 18 anos que está lançando seu primeiro álbum, com influências de Oasis e Bob Dylan. E não é que o disco é excelente? O disco da Lana Del Rey também me agradou, e até outro dia eu mal sabia que a moça existia.

Obviamente, nem tudo são flores. Além da já mencionada dificuldade em manipular a playlist atual, a interface em si é meio “labiríntica” e é fácil se perder. A Microsoft poderia melhorar essa situação facilmente acrescentando atalhos para algumas funções mais usadas em cada botão do controle.

Quando você escolhe o artista, o Xbox Music abre uma lista de CDs. Acontece que essa lista é uma zona, misturando singles e álbuns completos, e algumas entradas se repetem. Isso pode gerar uma grande confusão para artistas com carreiras longas e com muitos singles lançados; o ideal seria ao menos separar os álbuns dos singles. Ordenar discos de artistas por ordem cronológica e ter uma opção para tocar todos eles em sequência ou em ordem aleatória também faz falta, e me parece um recurso básico. Ao menos há uma opção para ouvir as faixas mais tocadas de cada artista, que é muito bacana para conhecer melhor a carreira de um artista que você acabou de descobrir.

Vale observar ainda que há algumas informações erradas sobre os artistas no que se refere ao ano de lançamento dos álbuns. Outro problema: alguns discos estão na lista, mas não dá para tocar nenhuma música deles. Pelo que vi, isso acontece com a coleção inteira do Barão Vermelho, que curiosamente estava em destaque na página inicial do serviço. Vai entender.

Mas o que mais me irrita talvez seja o fato das músicas tocarem em loop. Quando o disco acaba, começa de novo do início. Se você escolher uma única música para ouvir, ela vai repetir, repetir, repetir… é surreal que não haja uma opção para desligar o “repeat” desse negócio. Outro vacilo é que não dá para deixar o Xbox Music tocando enquanto você navega na internet ou mexe em outras áreas da interface do Xbox. Isso eu considero básico, mas sonhando um pouco, seria fantástico se desse para ouvir o Xbox Music enquanto você joga alguma coisa. Bom, aí já seria luxo demais.

Seja como for, esses problemas são pequenos se comparados a tudo de bom que o serviço oferece. Eu já me converti, e decidi pagar a mensalidade de 15 reais. É muito conveniente ter um amplo cardápio musical na minha sala, pronto para atender ao gosto de qualquer visita que eu receber. Além do mais, vou instalar o Windows 8 antes do ano virar, e como trabalho em casa ouvindo música esse negócio vai ajudar a deixar o trampo mais animado.

Quando o Xbox Music chegar a celulares populares com Android, aí então vai ser uma festa. É claro que hoje a internet em celular ainda é lenta e cara aqui no Brasil, mas vai saber como vai estar essa situação daqui a um ano ou dois? Quando a internet móvel decolar no Brasil, serviços de streaming como o Xbox Music têm grandes chances de aposentar o MP3 no nosso dia a dia cada vez mais movimentado. Ao menos no meu dia a dia, isso é quase certo.

Portanto, fica a recomendação do Gagá: experimente o Xbox Music. Você pode fazer o seu cadastro facilmente pelo menu “Música” do seu Xbox. É preciso informar seus dados de cartão de crédito para usufruir do mês gratuito, mas se só quiser testar mesmo e não estiver disposto a pagar mensalidade, não esqueça de cancelar seu cadastro antes de completar um mês de uso!

E já que falamos de música, aí vai, sem nenhuma explicação lógica ou qualquer relevância, o listão dos dez CDs favoritos do Gagá! ^_^ A lista está em ordem alfabética, e não em ordem de preferência. Todos os discos estão disponíveis no Xbox Music – pronto, arranjei uma desculpa para falar dos meus discos favoritos, he he!

  • “Automatic for the People” (REM): de ponta a ponta, este disco é um festival de pérolas. Abre perfeitamente com a hipnótica “Drive”, e fecha maravilhosamente com “Man on the Moon”, “Night Swimming” e “Find the River”, num dos maiores encerramentos de disco da história do rock.
  • “Elastica” (Elastica): gosta de new wave? Blondie, Ramones? O Elastica mistura isso tudo com alta competência num disco curto e grosso, totalmente brilhante.
  • “Garbage” (Garbage): sonzeira unindo a música eletrônica dos anos 90 ao som pop-gótico dos anos 80. A vocalista irresistível é a cereja no bolo.
  • “In Utero” (Nirvana): ok, o clássico do Nirvana é o “Nevermind”, mas não tem como ficar indiferente ao som cru e poderoso de “Serve the Servants” e outros petardos.
  • “Last Splash” (The Breeders): banda da baixista dos Pixies. Tem aquele jeitão de rock alternativo ao estilo Sonic Youth, mas há uma pegadinha pop irresistível se misturando timidamente. Se você viveu os anos 90, deve conhecer o hit “Cannoball”, mas minha faixa favorita é “Saints”.
  • “Live Through This” (Hole): eu odeio a viúva do Kurt Cobain tanto quanto qualquer fã do Nirvana, mas putz, que discaço. Gritaria, atmosfera e uma energia descomunal. Dizem que o Kurt foi ghost writer das músicas…
  • “Little Earthquakes” (Tori Amos): uma mulher e um piano, com composições altamente pessoais. Sim, tem tudo para ser um desastre chatérrimo para qualquer homem, mas felizmente Tori Amos está bem longe de ser uma Alanis Morrissette (ok, confesso que gosto do primeiro disco da Alanis, mas odeio todo o resto). Tem músicas aqui que são de chorar de tão bonitas (estou olhando para você, “Winter”).
  • “OK Computer” (Radiohead): com músicas densas, em camadas, alternando suspense, beleza e solos de guitarra rasgados, levando o ouvinte das lágrimas ao desespero. Minha esposa detesta esse disco ^_^
  • “Post” (Björk): difícil escolher só um disco desta bizarra cantora islandesa, mas acabei me rendendo ao transe chacoalhante de “Army of Me”, à balada eletrônica sobre suicídio “Hyperballad” e à beleza de “Isobel”. Um aviso: Björk é do tipo “ame ou odeie”, depois não venha reclamar comigo!
  • “Trompe le Monde” (Pixies): o clássico do Pixies é o disco “Doolitle”, mas eu gosto mais ddeste aqui, que é um disco meio malhado até. “Head On” é para levantar defunto, “Alec Eiffel” é pauleira com teclado mágico no final, e “Letter to Memphis”… que delícia. Ainda tem a lindíssima “Bird Dream…” para completar.
  • “What’s the Story Morning Glory” (Oasis): Da minha lista aqui, este talvez seja o mais acessível. Música pop com a habitual “muralha” de guitarras da banda. Ótimas letras, melodias fantásticas, uma delícia de disco para todo tipo de ouvinte.

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TheBoss 006 – Dead Trigger

E você, já jogou Snake? Nada a ver com Kojima: refiro-me ao clássico… da Nokia. O famoso “jogo da cobrinha” é coisa antiga nos telefones celulares… antigos.

Jogos eletrônicos em “torradeiras” evoluíram muito. Smartphones — não é assim que são chamados? Você deve suspeitar que até jogos outrora pesados nos computadores, rodam em “velhos telefones” numa boa. Alguém pensou em Doom sendo executado em um modelo de smartphone com teclado físico?

Mas… e hoje, 2012, como estamos? Ah, claro: tablets. Chips de processamento de vídeo, específicos para gráficos 3D, efeitos de iluminação, enfim — aquele papo todo de placa de vídeo que vocês já conhecem.

Com tanto processamento e nenhum dispositivo tátil de entrada, será que dá pra jogar de verdade — mesmo — em um dispositivo que não foi criado para este fim?

Amigos, curtam conosco a nossa “filosófica” primeira incursão em jogos de Android no…

TheBoss 006

Dead Trigger

 

Download MP4 TheBoss 006 – Dead Trigger

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Cosmic Cast #34 – Gauntlet IV

Gauntlet IV, para Mega Drive. Torres. Chaves. Poções. Paredes mágicas. Escadas de um só destino. Tesouros que fogem. Elfos (e anéis, claro). Amigos do Cosmic Effect, apresentamos toda a magia da conversão do sucesso dos arcades da Atari Games para o Mega Drive. Um port que transforma o repetitivo, ainda que brilhante, jogo de arcade original em uma épica aventura. Em tempos de grandes batalhas com dragões nas gerações atuais de videogame, convidamos você a apreciar dragões sem vetores, mas com muita personalidade, em um retrogame cheio de surpresas.

Afinal, você pode matar dragões no famoso RPG da moda; mas… e tornar-se um deles?

Volte para 1993 conosco, conheça os mistérios e o gameplay eficiente deste dungeon crawl no port exclusivo produzido para o Mega Drive.

Ah, aumente o volume. Game music da melhor qualidade neste episódio. Palavra-chave: Hitoshi Sakimoto.

Não se iluda com os gráficos simples e a ausência de inteligência artifical: só o retrogaming tem o poder de nos tornar um lendário aventureiro…

Cosmic Cast

Episódio #34: Gauntlet IV

Cliquem em Gostei no YouTube!
Download do vídeo em máxima qualidade
(clique com o botão direito no ícone abaixo e “salve como”):

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Solar Fox (Atari 2600)

A Atari anda chateada com alguns desenvolvedores atuais. A companhia tem removido das lojas de aplicativos qualquer jogo que tenha a menor semelhança com seus títulos antigos. A popularidade do iPhone e Android como plataforma de games tem chamado a atenção da empresa que criou a indústria dos videogames. Assim como a música pop mostrou-se ser um movimento de estilos cíclicos, os jogos eletrônicos também têm demonstrado esta característica. Talvez, exatamente agora, estejamos justamente vicenciando a completude do seu primeiro ciclo.

Afinal, o que jogávamos no início dos anos 80? Qual era a mecânica predominante? Se você pensou nos assim chamados “jogos casuais”, estamos em pleno acordo. Outro dia saiu na loja de aplicativos da Apple um jogo intitulado Vector Tanks. Sim, Battlezone… “reimaginado” para os smartphones branquelos. Pois é amigos, quem diria: o Atari Flashback é muito mais do que o nome daquele console retrô sucesso de vendas nos EUA…

E ainda há muito terreno para peregrinação, especialmente no Atari 2600. Com seu hardware inspirador para engenheiros e programadores da época, não há como negar a genialidade eterna de certos títulos. Sem mencionar os Pitfalls e H.E.R.O.s da vida, temos ainda em sua biblioteca centenas de jogos de mecânica cativante, viciante e rápidos de compreender: a originalidade, para uns tão difícil de ser encontrada na indústria dos jogos, pode ser vista de camarote por aqueles que continuam jogando este console até os dias do hoje; até o final dos tempos…

Solar Fox pode vir a ser um bom exemplo. Um port relativamente fiel ao original de arcade da Midway, é um dos cartuchos desconhecidos que tem muito a oferecer no terreno da jogatina rápida, gratificante e — como estamos falando de retrogaming e não de jogos de smartphone — desafiadora.

Alguma coisa relacionada com o nosso planeta necessitando obter células de energia fora do nosso sistema solar por conta dos “séculos de desperdício” dos humanos e… ah, ora, onde é que eu atiro?

Em Solar Fox, o jogador controla uma espaçonave com movimentos limitados a uma grade não-visível, devendo comer quadradinhos (as “células solares”) em 20 fases diferentes, mais 6 de bônus. A nave nunca deixa de se movimentar na tela e, ao manter pressionado o botão do joystick, voa mais rapidamente. Há dois sentinelas protegendo as células, disparando bolas de fogo. E não, você não atira.

O negócio é rapidamente desviar-se das bolas de fogo e tentar comer os quadradinhos o mais rápido possível. Comeu todos, próximo rack (fase). Até o sexto rack, cada célula (quadradinho) é única; a partir da sétima fase, as células são duplas, obrigando o jogador a passar duas vezes (similar a Q-Bert nos estágios mais avançados, onde os cubos precisam ser “pisados” mais de uma vez). Aqui entra uma novidade interessante: o “Skip-A-Rack™” (Sim, trademark: há um “Featuring the Skip-A-Rack Timer” gravado na caixa original do cartucho, hehe).

Se o jogador consegue comer todas as células antes do timer exibido no canto inferior-esquerdo da tela terminar, a próxima fase é pulada completamente — e o  melhor: todos os pontos referentes à mesma são somados ao score. Sacada genial: estimula a velocidade do jogador e, ao mesmo tempo, pode virar sua própria ruína: uma morte e o timer desaparece naquela fase, sem chance para tentar de novo. Mas você não deixa de correr no próximo rack: afinal, quem nunca desejou pular completamente uma fase? Mais gratificante, impossível! :) Algo similar acontece nas fases de bônus, porém o benefício neste caso é, no mínimo, curioso: se o jogador completar o Challenge Rack antes do medidor “challenge” desaparecer, é exibida uma letra na tela. E só.

Estes mistérios eram uma delícia, cortesia da época do Atari. Uma letra e nada mais. Como naquele tempo nem sempre (ou quase nunca) tínhamos acesso aos manuais dos jogos, estes acontecimentos tinham um sabor diferente. “H”, é a primeira letra exibida ao completar o primeiro Challenge Rack com sucesso; 5 fases depois, mais uma de bônus… e, caso consiga novamente comer todos os quadradinhos antes do CHALLENGE! desaparecer por completo, mais uma letra: “E”. Um código? O que devo fazer, anotar? Sim… havia algum tipo de prêmio oferecido pela CBS, possivelmente um emblema de pano similar ao que a Activision costumava enviar aos jogadores que “destravavam certos achievements” em seus jogos.

A partir do sétimo rack, com as células duplas, o desafio dá um verdadeiro salto. Há momentos emocionantes com você no controle, concentrado, desviando-se das bolas de fogo e, ao mesmo tempo, buscando o trajeto mais otimizado. É um daqueles jogos nos quais seu cérebro, após algumas partidas, consegue responder tão rapidamente que nem você mesmo acredita. Tanto que a última jogadinha do dia é a que costuma deixar o high-score. Claro que as aleatoriedades dos tiros dos sentinelas podem sabotar seu bom desempenho numa jogada aquecida… bom, é a vida no Atari 2600.

Também, Solar Fox apresenta o tipo de mecânica onde o desempenho costuma ser maior para aqueles que fazem questão de utilizar a excelente alavanca original do Atari 2600, ainda que jogando no teclado (por emulação) há a sensação imediata de estar jogando o bom e velho Nibbles que acompanhava os antigos MS-DOS e, mais tarde, os celulares.

Com incríveis 8 KB, Solar Fox é um ilustre desconhecido que até obteve melhor êxito comercial no console em comparação com o desempenho do original de arcade onde, por sinal, é possível atirar, o grid é visível e há presença de inimigos no campo de jogo — justificando o poder de fogo de sua nave. Sábia decisão do programador que fez o port ao remover o tiro da versão do Atari 2600 pois, ao jogá-lo no MAME, tive a impressão de estar lidando com um jogo típico de nave: atirando, sua estratégia muda naturalmente para algo mais ofensivo, digamos assim. De qualquer maneira, provavelmente o tiro foi removido do Atari por limitação do hardware ou mesmo pela falta de um botão adicional no controle… nunca saberemos.

Para exibir até uma dezena de bolas de fogo em movimento na tela, foi usado a famosa técnica de flicker, aquela do Pac-Man, onde os sprites são desenhados rapidamente em locais diferentes e a fosforecência das TVs da época garantiam a persistência do objeto na tela. Tanto que capturas de tela por emulação nunca captam mais do que duas bolas de fogo… mas não se engane: são até uma dezena delas na tela em alguns momentos na versão do Atari!

Claro. Solar Fox é “mais um jogo de Atari”, console de acervo díspare e pouco confiável por conta da liberdade de desenvolvimento, próprio de um tempo anterior ao conceito “[insira nome de uma empresa de console aqui] Seal Of Quality”. Mas não encare o Atari 2600 apenas pela nostalgia: há, sim, títulos desconhecidos que merecem atenção especial do velho retrogamer que há em todos nós.

Para ilustrar: pequeno vídeo com a “sexy” propaganda americana
do Solar Fox e uma partidinha aquecida (risos) do Cosmonal,
capturada diretamente do Atari da Polyvox do SuperConsole :)

Pelo jeito, a nova geração de jogadores de telefones celulares já esqueceu Nibbles e, volta a pergunta — desta vez, para eles: “Have you played Atari today”? Os atuais desenvolvedores de jogos casuais que o digam…

SCORE

GAMEPLAY: Mais direto e interessante do que a versão original de arcade 5/5
GRÁFICOS: Deixa a desejar, para onde foram os 8 KB? :) 2/5
SOM: Efeitos sonoros demasiadamente tradicionais, ruído branco “basicão”  2/5
TRILHA SONORA: “Arpejo de programador” no start, F- neste quesito! (risos) 1/5
DIFICULDADE: Suas partidas costumam durar menos de 5 minutos… 4/5

DADOS

NOME: Solar Fox
PLATAFORMA: Atari 2600, Commodore 64 e Arcade
DISPONÍVEL EM: Cartucho/ROM
ANO: 1983
DESENVOLVEDORA: Midway
DISTRIBUIDORA: CBS Electronics

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RPG de Mesa Também é Jogo

Olá a todos os visitantes do Cosmic Effect, cá estou novamente para dar uma notícia de utilidade pública – não tão relacionada a videogames, mas com certeza relacionada a nossa cultura retrogamer.

Pouco depois de começar no mundo dos videogames com o Atari 2600, lá pelo início dos anos 90, comecei a jogar RPGs de mesa. Meu escolhido na época foi o Dungeons&Dragons, que estava então em sua segunda edição. Hoje não tenho tanto tempo para jogar RPG de mesa, mas nunca me afastei totalmente deste hobby e, vez ou outra, volto – se não for jogando, pelo menos lendo ou escrevendo sobre o assunto.

Acompanhando meu irmão jogar algumas partidas, percebi que ele perde um bom tempo com anotações em papel, apagando e reescrevendo informações a todo momento; decidi então criar um pequeno aplicativo pra celulares e tablets Android, o Jogue Iniciativa.


O aplicativo é bem simples – o que ele faz é manter uma lista dos participantes de um combate no jogo, ou qualquer outra ação em que a ordem do jogo seja importante. Para cada jogador / inimigo na lista, é possível anotar qual o valor da sua iniciativa  (a “ordem” na fila) e quantos pontos de vida cada participante possui. Além disso, você pode adicionar efeitos aos participantes (ex: caso um guerreiro receba uma magia de aumento de força, tal informação pode ser anotada na lista) e o programa vai te avisar quando o efeito acabar.

Meu objetivo foi criar um aplicativo tão simples que seja mais prático do que anotar as informações no papel; por isso mesmo muitos podem notar a falta de alguns recursos (ex: ele só mantém nome, iniciativa e pontos de vida) – o objetivo era realmente ter apenas aquilo que fosse muito rápido de escrever com o celular/tablet na mão.

Tive a oportunidade de testar o aplicativo numa jogatina do meu irmão e fiquei feliz em observar que ajudou muito o jogo dele, foi realmente mais prático que usar papel e lápis. Bom, espero que entre nossos leitores haja uma turma com celular Android e que jogue RPG de mesa. Se houver, dá uma passadinha lá no Android Market e experimente, está de graça então pode baixar e dar pitaco a vontade. Aliás, agradeço as sugestões, o objetivo é melhorar o aplicativo para nós, jogadores de RPG, aproveitarmos ainda mais o nosso tempo.

Clique aqui para acessar a página do
Jogue Iniciativa no Android Market.

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