Games como estimulantes do raciocínio (ou o que podemos aprender com eles)

Por Mario Cavalcanti

Está na moda falar sobre como os games podem ser aliados da saúde e da educação, assim como está na moda falar sobre a relação dos jogos eletrônicos com o jornalismo (newsgames) e com a publicidade (advergames). O que poucas pessoas devem perceber, no entanto, é que os games, não de hoje, são grandes estimulantes para a lucidez e para um rápido raciocínio.

Você já passou por alguma situação em que depois você disse “isso eu aprendi com o jogo X” ou “isso é mais difícil do que passar daquela fase do game Y”? Se sim, saiba que você não é o único. Brincadeiras à parte, acredito que os jogos realmente estimulam o raciocínio, ajudam em tomadas rápidas de decisão e podem até mesmo contribuir na formação do caráter de uma pessoa.

Sem estender muito, relacionei abaixo alguns dos games que fizeram parte da minha infância e adolescência e que – acredito – ajudaram a estimular meu raciocínio. Aproveitei para fazer uma brincadeirinha, acrescentando as habilidades aprimoradas/adquiridas a partir desses jogos.

Pac-Man (Atari 2600 – Namco – 1980)

Outro dia estava pensando que aprendi alguma coisa com o simpático Pakkuman, mas não lembrava o que era… Comer muito? Não, não foi isso. Ingerir pílulas alucinógenas? Tão pouco, minha onda é outra. Pensando um pouco mais no jogo, lembrei que o Pac-Man contribuiu para um raciocínio rápido, mas no que diz respeito a olhar adiante e prever o melhor caminho a seguir. Não basta você desviar de um fantasma, é preciso ver os que estão adiante para saber se você foi na direção certa. É como num jogo de xadrez, você tentar prever as próximas jogadas do adversário. Coloquei na lista o Pac-Man do Atari e não do arcade, porque como muitos de nós brasileiros, joguei-o muito mais do que o original dos fliperamas.
Habilidades aprimoradas/adquiridas: Pensar Adiante; Tomada Rápida de Decisões.

River Raid (Atari 2600 – Activision – 1982)

Quem nunca jogou River Raid acelerando a nave ao máximo e tentando desviar de todos os obstáculos? Acelera para passar no meio das ameaças, desvia, reduz para pegar o máximo de combustível, acelera de novo, reduz outra vez, desvia, acelera, reduz, chega o máximo que der pro canto da tela, acelera novamente… River Raid é assim. E acho que dispensa comentários e apresentações. Ah, sim, claro, e não deixe de atirar, né? Aqui também caberia o Smash TV (Arcade – Williams – 1990), outro primor da coordenação motora.
Habilidades aprimoradas/adquiridas: Coordenação Motora; Reflexo; Noção de Aceleração

Megamania (Atari 2600 – Activision – 1982)

Um dos shooters mais conhecidos do Atari 2600. Criado por Steve Cartwright e lançado pela Activision em 1982. Eu tinha seis anos quando toquei nesse jogo pela primeira vez. No início, achava que a única forma de aniquilar com aquele exército à la Space Invaders – incluindo a nave em forma de hamburguer voador – era ficar apertando o botão que nem um louco. Tempos depois, eu e meu irmão percebemos que as naves se moviam de uma maneira que, se você pressionasse o botão regularmente de forma periódica, ia destruindo as naves uma a uma. Essa coisa de atirar no momento certo é abordada também pelo Cosmonal no não tão distante Cosmic Cast #33, dedicado ao Shinobi.
Habilidades aprimoradas/adquiridas: Timing.

Sokoban (MSX – ASCII – 1984)

No Brasil o Sokoban ganhou o curioso nome de Fiscal de Estoque. Você controla um bonequinho (o fiscal de estoque) que deve organizar as caixas corretamente no depósito (o estoque). Se você posiciona uma caixa de forma errada e a deixa presa, já era. Sabe aquela coisa de deixar as pessoas saírem do elevador antes de você entrar, e não o contrário? E quando o elevador está vazio, você entra e se posiciona no fundo, e não na porta, para que o próximo entre e possa se acomodar? Bom, o Sokoban é mais ou menos isso. Não é só questão de educação, mas também de raciocínio e lógica.
Habilidades aprimoradas/adquiridas: Aprimoramento do Raciocínio; Senso de Organização.

Double Dragon (Arcade – Technos Japan – 1987)

O Cosmonal, o Euler e o Andrey vão pensar: “Tinha de ter Double Dragon na lista do Mario”. Bem, nesse caso não é por se tratar de um dos  games favoritos, mas sim por ser, talvez, o primeiro game que eu quis jogar até o final, sozinho, por conta própria, sem ninguém ajudando, não importando quantas fichas fossem necessárias. Quando comecei a jogar Double Dragon no arcade, o achava um jogo bem difícil; mas, de tanto tentar, acabei me tornando bom no negócio, modéstia à parte, a ponto de zerar qualquer máquina do Double Dragon com apenas uma ficha, em qualquer fliperama por aí. Sim, a prática leva à perfeição…
Habilidades aprimoradas/adquiridas: Persistência; Resiliência.

Tetris (Arcade – Atari Games – 1988)

Tetris, Tetris… Você não poderia deixar de estar nessa lista, até porque não paro de pensar em você, nem quando estou arrumando as compras no carrinho do supermercado. Pois bem, o clássico criado pelo russo Alexey Pajitnov em 1984 (e que chegou nos arcades em 1988 pela Atari Games) sem dúvida contribuiu e muito no desenvolvimento do meu raciocínio. Não, não sou um gênio, mas o Tetris nem de longe é só um simples game, ele vai bem além disso (merece estar no Hall of Fame eterno dos jogos, não é mesmo, amigos?).
Habilidades aprimoradas/adquiridas: Senso de Organização; Tomada Rápida de Decisões.

Wolfenstein 3D (MS-DOS – id – 1992) / Doom (MS-DOS – id – 1993)

Por fim, pode parecer ridículo, mas foi jogando Wolfenstein 3D e, posteriormente, Doom que tive a clara noção de que se eu estou fazendo um trajeto a pé e viro à direita, no trajeto de volta basta eu virar à esquerda. Depois desse estalo, acho que nunca mais me perdi na rua ou em um shopping. Um amigo costuma dizer que eu sei andar bem no Centro do Rio de Janeiro. Então, tento explicar o conceito do FPS: é fácil! Se na ida eu faço direita-direita-esquerda, na volta eu devo fazer esquerda-direita-direita. Ajudou ou confundiu?
Habilidades aprimoradas/adquiridas: Senso de Direção.

Conclusões?

Como a proposta do Cosmic Effect é fazer um link entre os retrogames e os jogos atuais, cabe dizer que muitos dos novos jogos são recheados de cacacterísticas que estimulam nosso raciocínio e que podem até mesmo nos fazer enxergar o mundo por um prisma diferente. De conceitos como achievements e moedas sociais, podemos extrair muitas coisas. Os games nos ensinam muito até hoje, independente da plataforma ou da idade que você tenha.

Outro ponto que vale ressaltar é que, da lista acima, três jogos são do Atari 2600. E isso não é à toa. Foi o primeiro console que tive (como muitos de nós por aqui), era um pequeno garoto ainda. Isso mostra que, certamente, aquilo que você começa jogando ainda novo, influenciará mais tarde de alguma outra forma em sua vida.

Bem, essa foi apenas uma breve lista. Tenho certeza que, se valoriza os games como algo que vai além do puro entretenimento, você também deve ter uma lista dessas na sua cabeça. Convido os amigos a compartilharem conosco nos comentários!

* * *

25 Respostas

  1. Realmente, agradeço a River Raid por me preparar para os jogos de nave que apareceram anos. Um jogo que me puxou bastante a memória foi os Resident Evil 1,2,3. Decorar os caminhos e o que fazer em cada local me fritava os miolos.

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  2. Este é um tema interessante.

    Certa vez li uma frase de alguém cético dos benefícios mentais que a prática do jogo de xadrez podia proporcionar aos seus jogadores. Era algo na linha: “Jogar xadrez te faz bom em… jogar xadrez!”. :-)

    Falando especificamente dos jogos eletrõnicos, acho que é possível sim identificar com clareza benefícios prováveis ao jogá-los. O Mario Cavalcanti abordou bem várias habilidades que são de fato exercitadas.

    No âmbito pessoal, uma habilidade minha que julgo ter sido melhorada com os jogos eletrônicos foi a orientação espacial. Algo na linha do que foi comentado sobre os FPSes. No meu caso, o jogo responsável foi Phantasy Star, no Master System. Como é sabido, o jogo tem dungeons tridimensionais que, apesar de serem uma realização técnica maiúscula em se tratando da plataforma no qual ele é executado, não possuem detalhamento que propiciem uma fácil identificação de um trecho do labirinto em relação a outro. Não há objetos, decorações, janelas ou coisa do tipo; a aparência é uniforme. Sempre joguei Phantasy Star sem utilizar mapas, nem confeccionados por mim nem por guias ou revistas. Dessa forma, creio que acabei aprimorando a minha orientação espacial. No final entra a memória, guardando essas dungeons todas. Confesso uma ponta de orgulho por ter a desafiadora torre de Baya Malay memorizada na íntegra até hoje. :-)

    Entretanto, acho que seria legal dizer que não acho que os games façam muito milagre nesse âmbito, pelo menos na média. Não substituem, na maioria dos casos, treinamentos e aprendizados específicos. Também é bom lembrar dos potenciais aspectos negativos: jogar videogame é uma atividade que pode ser muito intensa e cativante. Isso é muito legal, mas já conheci pessoas que realmente acabaram desenvolvendo uma relação não muito saudável com os jogos e descambaram realmente para o vício, algo que afetou suas vidas de forma bem negativa. Mas bem, essa é outra história…

    Parabéns pelo artigo e um abraço!

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    • Maravilha, Alan. Bom exemplo. Phantasy Star foi um game que joguei pouco, mas entendo o que diz. E você tocou num ponto sempre importante, que é praticamente o inverso do post: o que o excesso do videogame pode causar. Sem dúvida é algo que não podemos deixar de lado. Assim de cabeça, dois games que me prenderam muito a atenção foram Dune, do Genesis, e o Warcraft II, do PC. Ambos basicamente do mesmo gênero. Lembro que joguei o Dune até mesmo durante uma ceia de Natal. Tive que me policiar e corrigir isso rs. Abraços!

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    • Alan… realmente um grande feito seu na Baya Malay. Lembro da felicidade de ter me tocado que deveria usar a magia “trap” (acho que inglês era trap) de Myau pra desarmar aqueles trechos infernais em que a gente caía em outro andar de repente (a gente nem sabia que era isso que acontecia… rsrs) — como você muito bem ressaltou, as dungeons de PS1 eram soberbas, mas planas demais, saber onde estávamos só mesmo pela “nossa memória”… ou desenhando mapinha no caderninho…

      Só quando a Ação Games soltou os mapas (suspeito que deve ter sido pela primeira vez que vimos por aqui, só o Orakio “Odin” Gagá pra confirmar, rs) que muita gente completou Phantasy Star 1 por aqui, suspeito. Mas quem viveu isso que você viveu, jogá-lo sem mapas — PS1 é digno de qualquer dungeon crawler hardcore dos computadores da época — sabe a sensação de ouvir a música de Motavia depois de sair com vida de lá! :)

      Confesso que já pensei como Mario falou em Doom, especialmente em shoppings… :)

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  3. e recentemente num dos adventures point e click que estou jogando. na série Myst,tenho que estar com livros de geometria, dicionário em alemão, calculadora e até um livro de astrologia bem velho da minha finada avó. apenas para desvendar os enigmas cabulosos de cada era. e confesso que aprendi um pouco de cada assunto devido ao jogo…

    mas em geometria ou matemática, sou um zero a esquerda

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    • Sim! Precisar literalmente estudar para superar obstáculos é outro exemplo ótimo. Mapas, cálculos… Quantos games já “exigiram” isso de nós? :-)

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  4. Uma habilidade que acredito que todos nós gamers desenvolvemos é a familiaridade com uma lingua estrangeira, no caso o Ingês. Pode reparar… todo mundo que joga video game manja de Inglês e muitos aprendem sem ao menos fazer um curso de Inglês. Acredito que isso aconteça porque os games aprimorem nossa capacidade de associar visualmente as coisas. Eu mesmo, se alguém me ensinar uma nova palavra em inglês, provavelmente vou esqueça-la 10 minutos depois. Mas se eu vir essa palavra num jogo, vou lembrar depois que vi aquela palavra naquele jogo e não me esqueço mais. Um exemplo disso é que quem joga RPG em Inglês costuma ter ótimo vocabulário. Os games nos ajudam as fazer associações visuais das palavras.

    Além disso, jogar BurnOut me ajuda a sobreviver no trânsito de Salvador sem levar Take Downs rsrsrs

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    • Excelente lembrança. Sem dúvidas que a leitura de textos em inglês é uma habilidade que os games ajudam a desenvolver. Com o bônus de já envolver o jogador desde jovem com a língua e evitando algumas barreiras que costumam surgir mais tarde. Isso, claro, também rendia episódios pitorescos: lembro de um amigo meu traduzir jocosamente o início da abertura de Phantasy Star III – “The legends of the past…” – como “As legendas do pasto”…

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    • Sensacional, Euler. Você me fez lembrar de outra situação que não abordei no post. Muitas das conversões do ZX Spectrum feitas para o MSX eram de games espanhois, você deve saber disso. Pois meu primeiro contato mais aprofundado com a língua espanhola foi a partir de games do MSX portados do Spectrum. As palavras que eu não entendia, buscava em um dicionário. Posso até arriscar dizer, com um pouco de exagero, é claro, que obtive nível básico de espanhol a partir desses jogos. haha. Abração!

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  5. É por causa dos games, principalmente RPG, que eu tive o estimulo necessário para aprender inglês!

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  6. Ótimo tema, e com Double Dragon então… (é, também sou fã de carteirinha, hehe).

    Algo que acredito todo jogo melhora é a velocidade de tomada de decisões e inferências. Todo jogador que conheço é muito bom e rápido em obter fatos A, B e C e chegar a conclusão D, por mais maluca que seja.

    Algo interessante, modéstia parte me acho bom em RPG, jogos de luta, shooters (2D e 3D), corrida e shmups, mas sou um lixo em RTS e futebol (e esportes em geral). Principalmente no caso de futebol nunca entendi porque sou tão ruim, é um jogo de agilidade então deveria ser fácil de aprender – até eu perceber o que há de comum em futebol e RTS.

    Nos jogos que eu citei como sendo bom, a ação é concentrada em seu personagem. Seja os tiros de contra, a horda de Doom ou o bullet hell de Ikaruga, vc se concentra em seu personagem para sobreviver a isso tudo. É uma coisa que os RTS e jogos de esporte diferem, pois são jogos em que a atenção deve ser dividida em vários personagens, as vezes aquele sendo controlado diretamente por você é o menos importante. Analisei um pouco mais e parece ser isso mesmo, em jogos de futebol eu normalmente esqueço de passar a bola, de olhar para onde estou tocando ou onde está a marcação antes de chutar, da mesma forma em RTS eu me preocupo apenas com a tela aparecendo em minha frente, então deixo de coletar recursos que não estão na minha óbvia linha de visão.

    É interessante que é uma habilidade que eu nunca consigo desenvolver, por mais que treine. Talvez seja a questão do talento nato/falta dele, eu simplesmente não “nasci para isso”.

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  7. Parabéns Andrey!!!!Sua idéia de colocar os dois heróis de Pitfall na mesma cena foi ótima!Deu até pra “ouvir” aquele som característico quando Harry sobrevoa os jacarés,he he he ou seria crocodilos ;)

    Ótimo texto Mário!

    F1 Real/Virtual
    Lembro que de tanto jogar Super Mônaco GP do MegaDrive eu cheguei a decorar o desenho das pistas,sério,quando assistia pela TV as corridas na Globo eu podia reconhecer as curvas e inclinações das pistas,bem ou mal,o jogo é como um “esquema” em menor escala do traçado real.
    Aprendi muito com este game.

    LOADING…
    Acho que com o Playstation 1 eu aprendi a controlar minha ansiedade.Ora,os loadings em alguns jogos eram tão “nervosos” que eu tive que aprender a lidar com isso,sem jogar o controle no chão he he he.

    O Tempo Certo
    Foi com os jogos de luta que aprendi a desenvolver meu timing.Lutar contra a “máquina” é uma coisa(vc aprende o padrão de ataque/defesa),mas lutar contra um cara,comendo Fandangos e falando alto sentado do seu lado é outra bem diferente.
    Acertar um combo mais um Fatality em momentos assim…não tem preço.

    Mário dos jogos que você apresentou no seu texto o que mais me pegou,nostalgicamente falando,foi Wolfenstein.Putz esse game lembra meu primeiro PC,minhas primeiras páginas no Geocityes,meu primeiro e-mail no BOL,os CDs da America On-Line,a conexão discada após a meia noite por causa do pulso…enfim e a gente sempre aprende muito com tudo isso.
    Abraço.

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    • “minhas primeiras páginas no Geocities…” Hehe, ótimos tempos! :)

      Tinha uma banda que eu e meu irmão gostávamos: The Bolshoi (nada a ver com o balé, rs). Era inglesa, mas pouco conhecida até por lá. Tinha uma única página sobre ela, encontrada no Altavista: “The Bolshoi homepage”.

      Pouco depois, saiu outra página sobre o The Bolshoi. A pessoa intitulou a página como: “The Other The Bolshoi homepage”. Tudo no Geocities, rs…

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      • Ha ha ha ha acho que a pessoa estava com pouca inspiração para o título he he he,quando li nem me liguei que banda é essa,depois eu vi que são os caras do “Sunday Morning”,putz mega-clássico,adoro esta música!!!

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    • Verdade, Dactar! Quando pelo no Wold 3D também tenho lembranças similares hehe… Conexão discada, Geocities, o primeiro PC (era um 386 da Cobra. Meu primo teve mais sorte, pois tinha um 386 da Tandy, trazido dos EUA)… Também lembro dos CDs da America Online e dos disquetes da Compuserve hehe. Abração!

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  8. Muito legal mesmo Mario, os exemplos dão o que pensar.

    Caramba, comigo sem dúvida, foi música. Refiro-me ao aprendizado “técnico” de musicista mesmo, de performar ao instrumento, de tirar de ouvido e de arranjar para outros instrumentos. Literalmente 90% das músicas que eu já tirei “na vida” foram de videogame. Os outros 10% da música pop, e eu tinha uma razoável facilidade para tirar os instrumentos à parte e executá-los ao teclado. E tal facilidade, devida exclusivamente, ao “hábito” de tirar músicas de soundtest… tive a sorte de ter o teclado posicionado a 2 metros da TV/videogame lá pelos 12, 13 anos de idade, rs… onde a mente está “fresca” e armazena mapas de dungeon e acordes obscuros, rsrs… :)

    Literalmente, meus professores de música: os compositores da video game music dos anos 80 e 90… a eles sou muito, muito grato mesmo por todo o aprendizado de minha adolescência, por “me esgueirar” pra separar o baixo da “guitarra”, quando todos os sons eram… o mesmo som… e pelos arranjos, especialmente dos japoneses, intrincados mas de uma beleza musical tão arrebatadora que pareciam “presos” a aquela sonoridade limitada… por isso, tantos remixes da velha game music hoje em dia, amigos! :)

    Abração Mario, artigo inspirador… :)

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    • “…tive a sorte de ter o teclado posicionado a 2 metros da TV/videogame lá pelos 12, 13 anos de idade…”

      Ainda bem que você teve acesso ao teclado bem jovem e,principalmente,foi influenciado pelos compositores da boa VGM.Na minha época meus colegas não curtiam ficar zapeando o soundtest, eu ficava um pouco deslocado e achava estranho o pessoal não ter interesse neste “bonus” que muitos cartuchos tinham.
      Agora vejo que eu não era o único que muitas vezes fugia do gameplay para saborear um bom som mono da TV ligada ao console,he he he.

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      • Exatamente Dactar!
        “Bonus” mesmo! Um tesouro disponível mas pouco explorado.

        Lembro que alguns colegas falavam “aperta o Start! Não sabe jogar não é? ” rs rs
        E antes de vencer alguns chefões eu aguardava um pouco pra ouvir mais a música. E outros colegas falavam/gritavam: acerta ele!! Usa o poder!! Vaii senão vc nao passa!!!!
        Respondia: Estou ouvindo a música.
        > Música? que música?
        ….
        (silêncio no arcade…)

        rsss Valeu Dactar!

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      • Sim mister Dactar, o gloriso som monofônico das CRTs com seu grave naturalmente agradável! Um amiguinho ou outro mais “abastado” tinha um Philips “stereo”, eu sonhava em conectar a saída estéreo do fone do Mega numa dessas de um vizinho aqui… mas nunca aconteceu, rs

        “Aperte Start, não sabe jogar não?” Hahaha, é verdade Andrey, uma hora a gente acabava ouvindo isso de alguém, no arcade então, rsrs

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  9. Excelente texto Mario.

    Lembro de jogos como Castle Master do MSX, semelhante a Sokoban, que certamente estimulava o raciocínio e a capacidade de gerenciar decisões, itens e seus desdobramentos.

    Quantas palavras em inglês a gente aprendeu hein? E os jogos do TK também em espanhol, claro Euler: Oprima ‘S’ !

    Outro dia comentei com Eric que o esforço da turma foi tanto pra jogar Alone in The Dark que íamos para a biblioteca traduzir aqueles textos em françês! ‘Jeton = Moeda’

    Flawless Victory Mario!

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  10. Parabéns pelo texto, Mario.

    Acho que ele é mais uma prova do que nós, jogadores, já sabemos: jogar faz bem e educa.

    Como muitos aqui, também aprendi a falar inglês jogando os adventures para PC. Larry 1! Eu precisava chegar no final daquele jogo e não tinha jeito de fazer isso sem ter uma noção básica de inglês, já que você precisava escrever os comandos com o teclado.

    Como você é fã de Double Dragon, depois nos diga o que achou do Neon.

    Um abraço!

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