O Prazer De Colecionar Videogames

Eis o objeto mais caro do mundo, levando em conta o peso: 0,03 gramas e valor estimado em 14 milhões de dólares. O que é? Um selo sueco de 1855 sem nenhum valor funcional.

Quando alguém fala sobre o hobby de colecionar, qual objeto surge em sua mente em primeiro lugar… seriam selos? Na minha também, selos. Filatelia é o nome dado ao hobby de estudar e/ou colecionar selos postais e alguns itens relacionados. Talvez você nunca tenha colecionado selos, assim como eu – antes de colecionar videogames e cartuchos, meu único contato com algum tipo de colecionismo teria sido através de álbuns de figurinhas dos campeonatos brasileiros dos anos 80: coisa passageira e comercial, como brincar com ioiô da Coca-Cola – não conta.

Qual o impulso, o que movimenta o mais popular passatempo da humanidade (sim, há estimativas de 20 milhões de colecionadores de selos, só nos EUA) a transformar um pequeno pedaço de papel com uma ilustração em um objeto de desejo com valores que já ultrapassaram sete milhões de dólares? Originalmente ele foi vendido oficialmente por míseros centavos: Não importa o país de origem, selos são quase de graça, como sabemos. O que ocorre com aquela tira de papel, com o passar dos anos? Ela se transforma em ouro? Em plutônio? Pelo contrário: fisicamente, deteriora-se – e nada mais.

Poderíamos estar lidando com loucos, insanos? As centenas de milhões de colecionadores de selos postais espalhados pelo mundo, há séculos… seriam exemplos de pessoas em falta com suas faculdades mentais? Veja bem: gastar 14 milhões de dólares em um pedaço de papel minúsculo de 1855 feito por um artista qualquer na Suécia ou simplesmente mandar um email? Ah: o selo caríssimo nem iria servir ao seu propósito original, ainda que você fosse um morador da Suécia.

Então, para você e para mim, não há dúvidas: não vamos pagar uma fortuna descabida por um selo que sequer me permite enviar uma carta para alguém; vou usar a Internet ou, se estiver no clima de uma comunicação old-school (risos), basta comprar uma cartela de selos brasileiros por 5 reais. Guardarei os milhões de dólares para ser um milionário, ou algo do gênero. Porém, alguns milhares de colecionadores sérios espalhados pelo mundo não teriam dúvida: disputariam cada lance desse leilão milionário até o final, se tivessem a oportunidade.

Amigos, o texto ficará um pouco pessoal agora, mas logo, logo, voltaremos à programação normal. Prometo que não fugirei do assunto, ainda que vocês certamente terão esta impressão. Pelo menos, estarei falando de alguns ótimos jogos… de qualquer maneira, será decisivo para tentar mostrar as diversas facetas do hobby de colecionar videogames.

Starflight e Bioforge. Meu jogo favorito de Mega Drive (que é O console favorito) seguido do meu título preferido de PC, de todos os tempos. Eu gostava tanto de Starflight que ele foi o único cartucho que guardei da época do Mega Drive. Sabe onde? Em uma de minhas gavetas de roupas. Após finalmente vender o Mega Drive, em 1994, coloquei-o na gaveta do meu armário, bem embalado com várias “voltas” de plástico. Ele permaneceu lá por uma década inteira, nunca atrapalhou – é loose (sem caixa), afinal. Porque fiz isso? Um prazer que somente eu sei descrever.

E irei compartilhá-lo rapidamente para vocês, amigos:  por volta dos meus 13 anos de idade, pelos idos de 1991, joguei Starflight como se não houvesse amanhã. Literalmente. Foi o primeiro jogo que lembro ter me feito ver o sol nascer – e não somente uma vez. Joguei-o muitas vezes até o final e, na verdade, após a primeira partida completa, voltei a jogar apenas para explorar o espaço. Era o meu MMO particular. Sem Internet e sem walkthrus em revistas de videogame, Starflight sempre foi um mistério para mim. Tanto que até evito ler sobre ele na Internet, até hoje.

Neste jogo verdadeiramente épico para quem joga, você é o comandante da tripulação de uma espaçonave num futuro muito distante (4000 pra frente…) e recebe várias missões em sua estação espacial, distante anos-luz da Terra. Viajando no espaço, você encontra outras naves – e pode conversar com a tripulação, no momento adventure do jogo. É exibida na “tela” de sua nave a transmissão visual do alienígena com o qual você está papeando. Mesmo com as raças que falam línguas diferentes, é possível visualizá-los enquanto tenta uma conversa (ainda que o papo seja em números binários, como acontece com uma certa “raça”).

Porém, um alienígena especial, conhecido como “Uhlek”, nunca aceita conversar, muito menos aparecer na sua tela. Eles posam, para o jogador, como um uma espécie de “chefão”, ou pelo menos um inimigo muito difícil.  Você nunca os vê — claro que não vou revelar o significado disso no “grande esquema das coisas” do universo dessa ROM de 8 megabit (nota: há relatos de que ele teria sido o primeiro cartucho de 8 Mb do Mega Drive).

Na verdade, Starflight, que mistura RPG, adventure, shmup 2D e exploração (tudo isso mesmo e bem dosado) fez parte do meu imaginário de uma maneira tão arrebatadora, que até deixei de locar/relocar os VHS de Star Wars por um tempo: naquele momento, senti que os videogames iriam substituir o cinema no meu ranking pessoal de hobbies para sempre.

Nunca vi um Uhlek, somente suas naves. Não sei com o que se parecem. Por vezes, eu os imaginava. Se há um sprite dele perdido na ROM ou talvez na versão em floppy para PC, não quero saber. Por favor, não coloque o link para a imagem nos comentários. Tenho medo deles, não sei se suportaria vê-los. Prefiro deixar assim: e quando carregar meu savegame com quase 20 anos poder continuar minha própria aventura, em busca de ruínas desconhecidas em planetas distantes, fugindo sempre dos Uhlek.

Bioforge. Um thriller sci-fi com terror em forma de jogo eletrônico. É a melhor definição, e não foi cunhada pelo departamento de marketing da Electronic Arts. Quem está falando isso é um mero fã apaixonado pelo game. Não irei discorrer sobre o título como fiz com o Starflight, importa apenas dizer que guardo uma relação semelhante de “amor” ao jogo. Em 1995, comprei-o pirata. Nessa época, baixávamos jogos em BBS (sistemas online baseados em texto, antes da Internet) e jogos em CD-ROM eram simplesmente impossíveis de disponibilizar online – legalmente ou não. Transmitir 600 MB custaria o preço de um PC novo na conta telefônica no final do mês.

Li numa revista importada sobre ele e parti para comprá-lo; peguei uma cópia ilegal em lojas de São Paulo que anunciavam na revista Micro Sistemas. Após jogar, fiquei tão louco por ele que fiz uma segunda cópia numa mídia de maior qualidade  (que me custou 8 reais – um CD virgem Mitsui Gold, “o melhor do mundo”) e uma capinha personalizada, a qual compartilho com vocês nas fotos tiradas especialmente para este post. Quinze anos mais tarde, em 2010, adquiri a versão em caixa que saiu na Inglaterra, com um extenso manual que me propiciou uma fabulosa leitura.

Google Imagens? Nada, aqueles planetinhas que inseri na capa são de um arquivo PIC baixado num BBS. PIC era um formato comum na época do MS-DOS, algo como o JPG de hoje. A “arte” (risos) foi feita no CorelDRAW 4.0 e a impressão numa HP 692 colorida (!).

Final Fantasy VII. Possuo a versão original para PC, ou seja, do único port  do original do PlayStation e que dispensa apresentações, sétimo jogo da franquia de RPG carro-chefe da Square. Nunca joguei Final Fantasy VII. Aliás, praticamente não joguei Final Fantasy nenhum – meu “recorde” são 3 horas de Final Fantasy XII. Nada contra, apenas circunstancialmente nunca joguei nenhum deles. Mas, tenho esta versão em minha coleção. Completa, a embalagem muito bonita, manual, todos os encartes e os 4 CDs em absolutamente perfeito estado.

Gosto de saber que há uma penca de jogos maravilhosos ainda desconhecidos por mim. E alguns deles estão dentro do meu quarto! :)

Comprei pela oportunidade. Comprei por outro hobby, que não é o de jogar videogame. É como filatelia e colecionador de selos postais: o filatelista nem sempre coleciona, ele estuda através de museus, por exemplo; este seria o jogador de videogame que conhece uma vasta quantidade de jogos, através do uso da emulação, por exemplo.

O colecionador de cartuchos e consoles é o colecionador de selos propriamente dito. Porém, na maioria das vezes, o filatelista também é colecionador de selos. Este seria o colecionador que efetivamente joga os jogos que compra — é o meu caso, por exemplo.

Final Fantasy VII na minha prateleira, juntamente com dezenas de jogos que nunca joguei mas comprei desde que comecei a colecionar em 2005, são meus equivalentes aos selos postais do filatelista. Gosto de acordar, e olhar para as prateleiras, para a arte da capa. Jogos originais de Atari, creio que todos aqui reconhecem a beleza que certos cartuchos apresentavam no label e/ou na embalagem.

Quando criança, era um incrível estímulo para conhecer o game na tela da TV. Hoje, reconheço o valor artístico daquelas imagens. Para mim e para muitos colecionadores, é a mesma sensação prazerosa de admirar um belo quadro. Não preciso nem colocar o cartucho no videogame, e já estou aproveitando, sabe? É uma outra forma de entretenimento – mas uma legítima. Nunca joguei Final Fantasy; mas essa caixa costuma ficar na frente da prateleira.

Imagina essa ilustração adornando o seu quarto. Isso é só um exemplo: centenas de cartuchos originais do Atari nos brindavam com estes “gráficos” incríveis na caixa.

Starflight e Bioforge, como contei para vocês, são jogos com muito significado para mim. Daí, olhar para a caixa, para o cartucho, pegar o manual pra ler – tudo faz parte de um gostoso ritual nostálgico. Já Final Fantasy VII, ou todos os jogos que tenho e ainda não joguei, são mistérios para mim; além do puro e simples prazer de colecionar o item per si, diferentemente dos selos, ganho a função adicional de representarem uma aventura ainda não percorrida. Basta colocar o cartucho no console que ele funciona e cumpre seu propósito inicial!

Mas, parte do prazer do hobby de colecionar não tem a ver diretamente com os videogames. Garimpar é um deles. Passar horas em sites de leilão, pesquisando, rolando barra de rolagem por horas seguidas. Já aconteceu de encontrar um cartucho que eu queria muito assim, rolando o scroll meio que desligado… TUM! Aparece lá o cara vendendo Cybercop do Mega Drive, baratinho. A palavra “cybercop” não estava digitada corretamente pelo vendedor. Talvez eu nunca encontrasse, no estado e preço que encontrei. Foi um completo acidente.

Pois é, coleção de videogames está intimamente ligada com a Internet. A maioria dos colecionadores começaram o hobby por conta dos sites de leilão e do fato de conhecer outras pessoas com os mesmos interesses na Internet. Pouquíssimos colecionam desde o tempo dos próprios consoles. Crianças não colecionam brinquedos, mas muitos adultos se tornam colecionadores de brinquedos.

Com os jogos eletrônicos, muitos criaram interesse após a popularização da emulação: decidiram reviver a experiência completa, principalmente anos atrás quando a emulação da maioria dos consoles não era satisfatória. Fora a experiência tátil proporcionada somente pelo joystick original: há quem se importe com isso.

O simpático Matt Barton, é um colecionador, historiador (de videogames) e apresentador de uma das melhores séries sobre jogos que você já viu, seja na TV, na Internet ou onde for: a série “Matt Chat”.

Tem mais: mudar a arrumação da prateleira, mudar a aparência, a apresentação da coleção. “Agora quero os cartuchos de Master System na frente”. Aproveita pra passar um paninho, cuidar dos itens. Especialmente os consoles, que requerem mais cuidados. Em geral, ao comprá-los, a gente os revisa, abre, limpa, aplica spray anti-corrosivo. Cartuchos recebem uma aplicação de spray protetor nos contatos. Isso tudo ajuda a mantê-los por mais tempo – cuidar é parte do prazer de colecionar.

E não acaba aí: catalogar. Sim, hoje em dia há até sistemas específicos para colecionadores de jogos eletrônicos e consoles de videogame. Minha coleção é pequena ainda, mas já senti falta de popular o banco de dados do programa que peguei para este fim – já fiz compra repetida, sem querer, pois não lembrava se tinha ou não determinado cartucho.

A maioria dos colecionadores hardcore de videogame não possuem blogs. Eles, necessariamente, não escrevem sobre jogos, como nós fazemos por aqui. Em geral, reúnem-se em listas de discussão e fóruns e discutem as etapas que precedem a aquisição dos jogos (não que nunca falem dos jogos em si, claro; não conheço um colecionador de videogame que não seja apaixonado). Algumas listas são antigas e populares, como a Canal 3. Participo há muitos anos desta, e lá encontrei dezenas de tipos de colecionadores de videogame diferentes.

Tem o cara que coleciona de tudo e um dia vende tudo porque está prestes a casar; o que só coleciona Odyssey; ou só Atari 2600. Tem o sujeito que vende e compra de tudo; tem gente até vivendo disso – de vender cartuchos, consoles e acessórios de videogames antigos.  Tem gente que só coleciona itens da Nintendo lançados antes de Mario Bros. Ah, esse tem até blog (gringo), olha só: http://blog.beforemario.com – isso mesmo, o blog se chama “Before Mario” :) Foi o foco que ele definiu, é assim que ele se diverte. Ah: se você curte Nintendo, não deixa de visitar. Tem coisa que você só vê nesse blog.

O colecionador gringo Johnny Millenium é o segundo maior fã de Phantasy Star do sistema Algol. Piadinha obrigatória: o primeiro é brasileiro e se chama…

Outro colecionador que tem uma maravilhosa coleção – esse brasileiro – é o Antonio Borba. Ele é o maior colecionador de Atari do Brasil – devidamente reconhecido e premiado. Realmente recomendo que olhem com carinho o site dele: é obra de apaixonado, dá gosto de ver. Se você não conhece sua coleção e também é um fã do Atari, faça um favor a si mesmo: não deixe de ver isso aqui http://tombrazil.magicwebdesign.com.br/

É um pedaço da história gamística, retratada através de sua coleção. Não gosto de encher posts com links, mas se você não visitar o site, escuta pelo menos ele falando sobre sua paixão por colecionar Atari. Repara nos olhos do cara, brilhando. O vídeo é curto, mas… não importa se você coleciona ou não, se não se identificar com a emoção do Tom Borba neste vídeo, pergunte novamente se você ama os videogames mesmo :P

O colecionador de Atari e dos itens antigos da Nintendo são bons exemplos de colecionadores focados, com escopo bem definido. Assim como tem gente que coleciona “somente rótulos de leite em garrafa da marca Sussex”, muitos colecionadores de videogame também costumam fazer o mesmo, focando sua coleção. Você coleciona o que quiser, como quiser. Ou não. Para uns, o cheiro do interior de um carro novo é o máximo; para outros, o cheiro do plástico de um cartucho de Atari ou de um alternativo perebento de Mega Drive é o que há!

Do CD piratinha do Bioforge que tem muito valor para mim e nenhum para ninguém mais, até o quarto cartucho-protótipo da série Swordquest (o AirWorld) do Atari 2600 que é capaz de valer mais que aquele selo sueco (se um dia aparecer),  o ato de colecionar videogames é um hobby saudável e livre. Se você um dia aparecer em minha casa e for um jogador de videogame, é possível que eu faça a brincadeira de recebê-lo com uma caixa de um jogo antigo ao abrir a porta. Ora: preciso de muitos títulos físicos na minha prateleira para fazer isso com eficiência, afinal, as pessoas têm gostos diferentes!

Tem gente que compra certos títulos e os mantém lacrados, para vender no futuro por altos preços. Está valendo: ele investiu na compra, não usou, e não abriu. Armazenou e cuidou durante anos. Agora, ele quer o retorno pelo seu investimento. Tem alguém que paga e reconhece valor no que aquele colecionador fez? Sim, tem, e em comum acordo. Ninguém coloca uma faca no seu pescoço e diz: “compre este Super Mario World lacrado AGORA!!!”.

Como citei, 99% dos colecionadores de videogame existem graças à Internet – é difícil forçar alguém através de um site de leilão. Claro que, assim como em qualquer coisa, há os mau-elementos. Dizem que tem o cara que falsifica jogos antigos lacrados, por exemplo. Se itens lacrados são o que lhe excita, tenha cuidado.

O famoso colecionador James Rolfe (AVGN) lembra: “Swordquest AirWorld do Atari é exatamente isto mesmo… ar”

Colecionar é um ato completamente humano, algo cosmopolita, que tem a ver com a essência do mundo civilizado. Diria mais: é mais uma prova do nosso poder (no bom sentido da palavra), não só sobre os demais animais, como sobre nós mesmos. Afinal, conseguir convencer milhares de pessoas que um papel de 0,03 gramas pode valer 14 milhões de dólares… não ache que os convencidos deste valor são idiotas; é sempre bom respeitarmos os valores que o outro cultiva. Imagina só: se  ele conseguiu 14 milhões para gastar em um selo postal, é difícil não pensar no cara como alguém que não é inteligente, correto?

O homem é um ser refinado. Ele guarda uma bebida por décadas para que a mesma seja agraciada com uma nova, quase imperceptível, nuance no sabor. Escolhe um momento importante, com alguém que admira, para abrir aquela garrafa especial. Especial? Não há diferenças físicas gritantes em um vinho envelhecido que justifiquem tanto aumento de valor. Mas, a trajetória que aquela garrafa precisa seguir – bom armazenamento, cuidados com temperatura, etc., tudo isso pode representar um valioso aprendizado para quem faz, além de dar prazer. É este valor intangível que se agrega ao objeto. Como falei… isso é “coisa” de ser humano.

Sabia que existe o cartucho de Hang-On + Safari Hunt? Será que o joguinho do labirinto também está incluso? ;-)

Colecionar videogames pode propiciar momentos deliciosos, como o de tomar um bom vinho — single player ou acompanhado por um grande amigo :) Quem atribui o valor a cada item de sua coleção de videogames é, somente, você mesmo. Aproveite. Ou se o hobby não lhe agradar, não há problema algum: venda ou doe para quem aceitar. Você estará fazendo um grande favor dando o destino certo para quem valoriza aquele cartucho que você se satisfaz emulando, por exemplo. Pois, para quem coleciona videogames, o importante nem sempre é o destino: e, sim, a aventura até ele…

Referências:
http://www.nytimes.com/1996/12/15/business/delivery-isn-t-guaranteed-but-stamps-are-turning-profits.html?pagewanted=all

http://en.wikipedia.org/wiki/Philately

http://en.wikipedia.org/wiki/Collecting

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22 Respostas

  1. Colecionar é de certo modo preservar a história que está contida naquela coleção.Admiro colecionadores em geral:Moedas,aparelhos eletronicos antigos, etc se não fosse por eles muita coisa interessante estaria perdida para sempre.
    Eric,é a tercceira vez que leio seu texto e sempre dou risada na parte do Starflight em que você diz que enrolou com plástico e colocou na gaveta do armário…fiquei imaginando a cena, ha ha ha! mas valeu com certeza, seu cartucho existe até hoje não é mesmo?

    Em certo momento você diz que coleção de videogames está intimamente ligada a internet,e sem dúvida está.Aliás a internet direta ou indiretamente interfere de maneira absurda no cotidiano da gente.Você já pensou em quantas pessoas só colecionam hoje porque existe a REDE,ou melhor,imagine como seria a “cultura gamer” em geral se não fosse a internet.Pelo menos 70% dos jogos que conheço em gameplay é graças aos emuladores,sem a REDE como ficaria a questão das Roms?Só os grandes colecionadores poderiam desfrutar de jogos interessantes e raros e das “pérolas” do Atari,Nes,Master,Mega etc que jamais chegaria ao nosso conhecimento.Eu acredito que a internet é o principal ator que traz para o público jovem toda a grandeza dos consoles pré-psx.

    Grande abraço @cosmonal!

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    • Sim Dactar, o cartucho é *exatamente* aquele da foto! O mesmo que enrolei no plástico e guardei na gaveta do armário :)

      Falou tudo sobre o impacto da Internet, parece lugar comum falar que a “Internet mudou tudo”, etc, etc., mas no caso do retrogaming e dos jogos antigos, a grande rede é fundamento da coisa toda, como você bem colocou. Mais um exemplo para agregar aos seus: ontem saiu Radiant Silvergun para Xbox Live, um jogo que poucos tiveram a sorte de experimentar no Saturn. Eu tenho um Saturn com modchip, então joguei bastante este título; por isso mesmo, comprei-o na Live (pra ver os gimmicks: gráficos HD, um tal de um “Ikaruga mode”, etc) — e justamente comprei-o porque a Internet me permitiu jogá-lo “pirata” antes. Talvez eu não me importasse com ele, se eu não tivesse conhecido antes pela ISO, sabe?

      Sem o esforço dos programadores de emuladores (verdadeiros heróis apaixonados) só os colecionadores endinheirados que você falou poderiam desfrutar dos grandes jogos, o que seria uma sacanagem com o resto de nós.

      Que honra, você leu 3 vezes, valeu Dactar! Abração meu velho!

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  2. O post foi sensacional, essencialmente por uma razão, conseguiu traduzir em palavras o sentimento de colecionar os games. A estante com as caixas, os “universos” que você visitou e quer revisitar um dia, para mim que também sou um colecionador, ainda que mais modesto que o Eric, foi uma reflexão perfeita!

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  3. Já pensei muito em começar uma coleção, mas antes de torrar meus preciosos reais resolvi refletir sobre o que nos leva a colecionar e cheguei à conclusão de que tal prática está relacionada com a nostalgia, com o desejo de se resgatar os sentimentos da infância.

    Acredito que nem jogando no console verdadeiro é possível retomar a sensação da infância. O tempo passou, as coisas mudaram e as responsabilidades cresceram; não há mais como se repetir a magia daquela época. Questiono-me também do porquê desta pira de voltar a ser criança, tudo bem, um game bom será bom eternamente, assim como um filme. Mas será que é saudável ficar exageradamente preso a uma época?

    Não sou muito apegado a jogar no videogame real, já fiz a experiência em emuladores e nos aparelhos e percebi que pra mim o que mais importa são as lembranças e não o contato com cartuchos, joysticks e apetrechos dos anos 80/90; não tenho essa tara toda em assoprar fitas e abdicar de um save em games que nos forneciam passwords medonhas.

    Provavelmente já assumi que estamos no século 21 e que, apesar de admirar quem coleciona, posso concentrar todos os meus games antigos preferidos em uma única interface, economizando espaço e dinheiro.

    Enfim, percebi que já me sentia satisfeito emulando no Wii e no PC, logo desisti de colecionar. Resolvi aplicar meu suado dinheirinho em outras coisas, como games novos, roupas, ou coisas que realmente iria usar, ao invés de acumular velharias em casa. Repito, nada contra quem faz isso, é apenas uma questão de experiência pessoal e visão da coisa; não preciso cheirar manuais nem soprar cartuchos para me lembrar da infância e ser saudosista demais pode ser perigoso, pois o tempo não para!

    Cada época tem seu charme, óbvio que sou um retrogamer, mas meu objetivo de vida não é voltar no tempo. Já estou com 33 anos, não sou mais criança, adoro videogame é verdade, mas além de rejogar os memoráveis quero viver novas histórias.

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    • @FAKEPIX Valeu Sérgio, haha, somos dois colecionadores modestos rapaz. Meu lance é devagar e sempre, pra diversão não acabar nunca :)

      @sandrovasconcellos Valeu Sandro! Te respondi lá no teu blog, no post (se não me engano é exatamente seu comentário acima) — grande abraço!

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  4. oi Eric aqui é o Ulisses

    meu mail: ua-july13@bol.com.br

    desculpa postar aaqui pois sou leigo em blogs e sites ok perdoe-me.

    ai veja como faremos com Super Metroid

    abraço

    Ulisses Old Gamer 78

    e Parabéns pelo Site tb

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  5. Eu sou um tipo de colecionador “casual”, costumo guardar todos meus consoles e jogos. Não vendo e de vez em quando jogo, mas admito que mesmo tendo o jogo acabo jogando mais no emulador graças a comodidade.
    A única vez que comprei jogos antigos foram alguns cartuchos de Atari, isso porque ganhei recentemente meu primeiro Atari. Ele iria para o lixo mas por sorte o antigo dono lembrou de mim.

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    • @Ulisses Old Gamer 78 Valeu Ulisses, te mandei email agora. Abração.

      @Leandro Alves Taí, não tem coisa mais legal do que ganhar um Atari! E que ótimo que o dono deu o destino correto ao videogame, dando para alguém que tem interesse no objeto e não jogando no lixo, o que destruiria a funcionalidade do console totalmente. Que ótimo!

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  6. Eu não acho que seja um colecionador. Guardo os consoles e jogos que tenho, mas só porque não gosto de me desfazer das minhas coisas. Faço o mesmo com livros e dvds, por exemplo. E tenho dezenas de jogos online, na verdade prefiro comprar jogos pela Steam e GOG.com do que fisicamente :] Mas é um hobbie muito interessante. E não tem como não babar quando se vê uma coleção bonita. Você deu uma boa justificativa pra quem coleciona coisas que não vai usar. Mas ainda acho esquisito que tantas pessoas prefiram colecionar a efetivamente usar e se divertir com estas coisas. Pra mim o valor emocional supera o valor monetário. Assim como você tem seu BioForge eu tenho minha fita 10 in 1 de Mega Drive que não largo por nada :D

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    • Beleza Heider, é isso aí mesmo. Entendi perfeitamente seu perfil: você simplesmente guarda o que compra (imagino que não venda os jogos retail após terminá-los) e até prefere comprar “só os bits” (steam, gog, etc), que é o que importa pra se divertir mesmo. Colecionar acaba tendo mais a ver com os itens antigos, e todas aquelas etapas que precedem a aquisição propriamente dita – o cara precisa curtir tais etapas, senão os itens viram “junk” na mão dele.

      Guarda direitinho sua 10 em 1 do Mega Drive aí! :)

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  7. Que post fantastico, obrigado por nos presentear com tal sentimento, ja a algum tempo tenho pensado em começar minha coleção, ja que sempre tive que vender um console para adquirir um novo. Porem estou em duvida sobre qual plataforma começo. Eric, qual vc aconselharia investir, no master system ou “nintendinho”? Faço essa pergunta mesmo sabendo q vc adora a sega, alias umas das minhas favoritas tbm. Nunca tive um master system, bem na verdade só não tive o master e o dreamcast da sega. Hoje em casa, tenho game boy, psp, nintendo ds, snes, xbox 360 e pc. Poderia me dar uma opinião? Abraços e continue sempre com esse trabalho sensacional q vc tem feito aqui no cosmic effect.

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  8. Durante alguns anos meu nickname foi Dr. Mastaba. Bioforge também me impressionou muito.
    Estou me reestruturando como colecionador de jogos e não sei explicar mas fico feliz ao examinar com cuidado as caixas do Zork e Flight Simulator II para Apple ][, Star Raiders para Atari 2600 e outros clássicos… Abraços!

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    • @Matheus (Elbaf)
      Meu caro Matheus, brigadão pelas suas palavras! Rapaz, do ponto de vista de colecionar, principalmente aqui no Brasil, começar pelo Master System sai bem mais barato por causa da Tec Toy: há muitos cartuchos por aí, completos, em ótimo estado, e têm a mesma qualidade dos americanos e japoneses — a Tec Toy não decepcionava MESMO naquele tempo. Naturalmente como você sabe, o acervo do Master é bem menor. Se for de NES, você terá aquele mega-acervo já conhecido por todos, porém gastará um pouco mais se desejar ter os originais. Completos então (caixa, manual) até títulos “comuns” como Castlevania 1 costumam ser caros no ebay (acha pouco aqui no ML).

      Como você nunca teve Master, pode ser uma boa pra conhecer o console sem usar a emulação, se isso for do seu interesse também (usar o joystick original, essas coisas). Seja qual for sua opção, você já tem um bom acervo de consoles, já deu o primeiro passo com certeza. Abração, apareça sempre por aqui!

      @Stefano Baron
      Caramba, você tem Star Raiders na caixa? Que maravilha! Se não me engano ele dava suporte até a teclado ou algo assim, correto? Na época, ele era um dos cartuchos da série “adoro mas não estou entendendo direito” :D

      Opa, mais um fã de Bioforge? Haha, seu nick era Dr. Mastaba, rs, já usei “mastaba” como senha em algumas situações, que legal! Stefano, sinto-me obrigado a te convidar pra dedicar alguns minutos do seu tempo e assistir este Cosmic Cast (nossa série de vídeos sobre retrogaming) feita com muito carinho sobre… Bioforge!

      Cosmic Cast #3 – Bioforge

      O episódio não está produzido com os padrões de hoje do nosso blog, mas tenho certeza que vai curtir bastante, pelo menos a voz de Dr. Mastaba você vai escutar hehehehe! Grande abraço!

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      • Realmente Eric, era exatamente o que estava pensando. Meus pais eram donos de locadora e nela tinhamos um acervo de +- 700 titulos de nes todos originais, os quais pude joga-los. Porem o master tinhamos poucos titulos, se bem me lembro não tinhamos 100, vou realmente investir no master e dando sempre uma olhada nos demais, nunca se sabe qdo ira aparecer uma boa oportunidade, não é mesmo? Sobre o controle, na minha opinião não existe sensação igual ao jogar um game do que o controle original, jogar em emulação não nos traz a mesma sensação. Eu sempre dou uma passada por aki, porem nunca havia comentado um post, começarei a participar mais dos comentarios. Abraços!!

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        • Que sorte, Matheus, seu pai tinha locadora com 700 jogos de NES “dentro”, OMG, que maravilha! Isso aí, mesmo com o foco definido agora (priorizar Master) não deixa de olhar o resto, é engraçado quantas vezes passeando por site de leilão a gente encontra algo inesperado e… barato.

          Abração, fique totalmente à vontade por aqui!

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          • Eric tenho uma duvida, o master system 3 tem suporte ao oculos 3d? Não estou encontrando essa informação em lugar nenhum. Por isso acho que vou comprar um master system II que achei mais bonito, porem mais “caro”. Abraço meu amigo!!

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  9. @Matheus (Elbaf)
    Não suporta, Matheus. Somente os Master não-compactos possuem a entrada pra óculos/cartão (além do original, o SMS 2 da Tec Toy suporta, por exemplo) ou o Power Base Converter (o adaptador original da SEGA pra jogar carts de Master no Mega). Inclusive, o SMS 2 que você está de olho é a melhor compra, pois têm o mesmo hardware do original e são um pouco mais novos (data de fabricação mais nova que o 1). Abração!

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  10. Lembrei desse post qnd assisti o ultimo video do AVGN. Hilário!

    http://www.gametrailers.com/video/angry-video-screwattack/719815

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  11. Boa Noite,
    quero vender meu SEGA SATURN,
    por favor, os interessados me procurem.
    camille-brum@hotmail.com

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  12. Boa noite,
    resolvi coletar e vender meus vídeo games antigos e jogos, se tiver interesse me mande um email e te repasso outro com os itens que possuo. Meu email ssiqueiraa@live.com

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