WoW: Muito MMO, pouco RPG

Por Eric Fraga.

O gênero nem é tão novo assim: Ultima Online, de 1998, teria inaugurado a era dos MMORPGs, que buscava inserir jogadores reais em um mundo aberto, onde a exploração e a história têm mais importância do que a ação. Jogar World Of Warcraft por quase 1 ano requer um esforço gamístico tremendo: é impossível jogar outros games, caso você deseje aproveitar (mesmo que razoavelmente) sua mensalidade de 15 dólares.

Sim, impossível.

Principalmente se você deseja participar das Raids, que são as “dungeons maiores e mais importantes” cujas visitas em busca de itens acontecem em grupos de 10 ou 25 pessoas.

Joguei World of Warcraft entre junho de 2009 e março de 2010. Não havia jogado MMOs antes, mas tinha uma boa idéia do que esperar por estar sempre lendo a respeito. Porém, procurava ignorar quando se tratava de algo mais detalhado sobre jogos que terminam com “craft” ou “world”, costumeiramente virando a página da revista ou apertando vários page down. Suspeitava que eles me fariam jogar menos jogos, que acabariam com a variedade das sessões de jogatinas. E eu estava…

…100% correto.

Como toda novidade, uma hora vamos nos sentir compelidos a experimentar: vide óculos 3D (do Master), Move e Kinect. Gostando de RPGs em single player, será que um role-playing game online seria a próxima etapa na escala evolutiva? Estaria eu perdendo a chance de estar participando de uma experiência mais densa em RPG eletrônico?

No início, parece mesmo um RPG single player. Você precisa subir de nível através de quests simples, distribuídas na vila ou cidade da classe escolhida. Quando percebe que o ponto do mapa onde seu jogo começa é de acordo com a classe, sente uma sensação muito gostosa de “mundo virtual” mesmo – único. Não sei dizer se isso é padrão entre todos os MMORPGs.

De qualquer maneira, jogá-lo no início, ainda sozinho, é um RPG sem novidades, old-school inclusive: quests descritas às pressas pelos NPCs e grinding por pontos de experiência, moedinhas e quem sabe uma armadura. Enxague e repita. O mapa indica tudo e onde você precisa fazer (isso sem falar nos inúmeros plugins  da comunidade que praticamente fazem seu personagem andar sozinho).

Não há condições de fazer nada em grupo com outros jogadores nos níveis iniciais do seu personagem. Ok, é bom para ir se familiarizando com interface, com a mecânica. Mas, fora isso, com exceção da  trilha sonora excelente, não há muito para ver: as batalhas, neste estágio inicial, são praticamente “Ys” (onde lutas são baseadas no ato de esbarrar no inimigo) uma vez que os inimigos apresentam uma AI muito simplória.

Mais tarde no jogo, nas dungeons e raids que são feitas em grupo, as batalhas ficam densas e ganham complexidade de RTS, exigindo realmente uma grande coordenação entre os jogadores e isoladamente.  Não vou tocar no assunto dos gráficos, pois é um “mixed bag”: tecnicamente é um jogo de PS1 renderizado no PC, porém o conceito artístico é muito bom mesmo.

De qualquer maneira, certamente WoW não teria o mesmo sucesso como single player: é muito fraco para um jogo de 2004. Mas claro que não é esta a proposta, tudo bem aí.

Apesar disso, o mundo é realmente grande e variado. Na época eu tinha acabado de sair de 160 horas The Elder Scrolls IV: Oblivion e a comparação era inevitável no que se refere ao tamanho do ambiente de jogo. Ambos são enormes, mas naturalmente a riqueza de Oblivion é incomparável à WoW, uma vez que o primeiro é desenvolvido apenas para um jogador; então, tudo que o cerca tem um teor mais aprofundado (ambientação, NPCs, batalhas solo e modo de contar a história).

Não me entenda mal: o “Mundo de Warcraft” é um belíssimo jogo, cheio de oportunidades e recompensador. A questão é que é um belíssimo JOGO; eu esperava um belíssimo RPG eletrônico, só que acompanhado de múltiplos jogadores. Não joguei The Secret Of Mana, mas os relatos da experiência cooperativa num RPG são sempre carregados de boas lembranças.

World of Warcraft poderia ser o que esperava, numa escala absurdamente maior. Mas uma cultura, contrária às minhas expectativas, se formou na comunidade do MMO: a cultura do “upar” e “raidar por loot”.

Pelo menos até o lançamento de Cataclysm, WoW completo possuía 80 níveis. Ao chegar no 60, você é “convidado” a fazer grinding na expansão “Burning Crusade”. Lá, um jogador da guilda que eu fazia parte, de nick “Spancation”, estava com seu Tauren no mesmo nível, então me convidou para fazer quests juntos – que é algo bem divertido.

Mesmo quests criadas para serem feitas solo podem ser feitas por uma party, naturalmente facilitando bastante. Os XPs são divididos, para compensar. Ao receber uma quest, eu realmente  lia o texto da mesma, exibida pelo NPC; me preocupava em entender a historinha por trás da minha pequena missão.

E a Blizzard capricha nos textos, por sinal, enriquecendo muito este lado. Mas meu companheiro de quests recebia a missão, cancelava o texto e saía correndo matar (vide o nick do rapaz…). Ele me perguntou: “Cara, você está com ping muito alto? Toda vez que a gente pega quest, tu fica aí parado!”

Não precisa dizer o tamanho do “LOL” que ele me mandou após ler minha resposta que dizia que a latência de minha conexão era baixa, e que aquele tempo era dedicado à leitura e entendimento da quest (para quem não conhece, é coisa rápida, 10 a 20 segundos apenas). Mas qualquer momento de WoW em que o jogador pré-80 não esteja “upando”, é perda de tempo – na cultura dos jogadores.

A coisa piora, amigos. O mapa de Warcraft online é dividido em zonas, como os jogadores costumam se referir às áreas relevantes do MMO. Cada zona normalmente possui um ou mais locais com NPCs distribuindo quests encadeadas.

Em um determinado momento, os XPs obtidos já não são satisfatórios matematicamente: a partir daí, o típico jogador do MMO larga as quests no meio e se manda daquela zona para outra mais recompensadora em pontos de experiência.

Sou daqueles jogadores de RPG eletrônico que gosta de snifar cada cantinho (maioria de nós, acredito). Terminar as quests de uma zona dá aquela sensação de missão cumprida, além de você deixar os NPCs “numa boa”. Isso não é loucura, é só role-play, não é mesmo? Spancation dizia: “Pronto, Cosmonal, já viu que as quests mudaram de cor? Vamos pra outra zona, dropa tuas quests aê!”. Puxa – disse eu – gosto de fazer todas antes de partir pra outro lugar. Mais risada digitada tive de escutar.

Ao completar o nível 80, começa um novo jogo: XP deixa de existir. Agora vai ser legal, não tem mais essa neurose de pontos de experiência a qualquer custo – pensava com minhas teclas. Vai dar pra explorar os tantos lugares que deixei de ir, as quests continuam recompensando com dinheiro e itens. Que nada. A palavra de ordem agora é “raidar”.

Com o tempo, você percebe que a neurose só mudou de mecânica: obter os emblemas, que na prática são outra moeda corrente, disponíveis somente ao completar dungeons ou salpicadas nas raids. Os emblemas permitem que se adquiria melhores armamentos, necessários para dar condições ao jogador de raidar com sucesso.

Meu problema com isso é que, pelo menos na época em que joguei, a “raid do momento” era a Icecrown Citatel – ou apenas ICC. Todos os domingos, o mesmo grupo de 10 jogadores repetia a mesma dungeon. Durante uns 3 meses seguidos. Porque em ICC tem a melhor gear. Ok, entende-se. Mas se arrisque a convidá-los a fazer uma outra raid, uma de níveis abaixo mas que você não conseguiu fazer no seu tempo porque ninguém queria – não fique para ouvir a resposta.

O trecho seguinte da coluna do Desslock tem minha total simpatia:

World of Warcraft é um belíssimo jogo da Blizzard, que nos trouxe o ótimo Black Thorne anos atrás. Mas ele “encoraja certos comportamentos que não conduzem ao roleplaying” como enfatiza o colunista da PC Gamer. Por mim, tudo bem. Mas só não chame de de “RPG online”. Parece que não estou mais sozinho.

Minha primeira e única experiência concreta com MMORPG foi com o WoW. Mas em 2003 foi lançado Star Wars Galaxies e, como qualquer fã de Star Wars & videogames, fiquei louco para jogar. Mas, na época, não estava “disposto” a pagar assinatura e não tive sucesso com os servidores alternativos.

O MMO não fez muito sucesso de qualquer maneira, apesar de estar ainda ativo, porém com servidores diminuindo a cada ano. Mas, uma luz no fim do (meu) túnel para o gênero de roleplaying game online se acendeu recentemente: Star Wars: The Old Republic, será lançado em 2011 pela Bioware, que dispensa apresentações em RPGs single player.

Ele promete ser o primeiro MMO que procura manter os elementos dos RPGs eletrônicos solo: NPCs serão ricos em história e será possível recrutá-los, na falta de jogadores reais para explorar seja o que você quiser explorar. Um curtíssimo preview que confirma as promessas aqui. Por este MMORPG, estou salivando. Se não estou enganado, até os diálogos dos NPCs são 100% falados.

“Ah, fica jogando single player mesmo, Eric, é o que você quer”. Provavelmente é uma preferência sim, mas que não me impediu de jogar World of Warcraft durante 1 ano inteiro e só ter terminado míseros dois jogos durante este período (Shadow of the Colossus e Ikaruga) – minha meta pessoal é jogar por completo a maior quantidade de jogos possíveis e anotar num caderninho a data em que vi o final, desde os tempos do Master System.

Quero dizer com isso que me dediquei bastante a WoW, a ponto de sacrificar o que me dá mais prazer com videogames. Claro que não foi uma tortura não, tive meus momentos memoráveis: a “primeira dungeon de 5 pessoas”, a “primeira battleground” e – claro – a primeira montaria púrpura, er, não, nunca me importei muito com color swaps.

Mas, no final, você olha o arco de suas realizações, digita o comando “/played” e descubre que 40 dias, 12 horas e 34 minutos foram dedicados ao jogo, em alguns meses. Minha “campanha” durou 972 horas, amigos.

No final, após já ter decidido que ia voltar a ser um jogador de videogame e computadores, eu estava apenas infiltrado na guilda que participava, que incluía meu amigo Danilo (que jogou quase o mesmo tanto e na mesma época – e que compartilha uma opinião similar).

Cheguei a ir para alguns encontros sociais do guilda. Meu objetivo naquele momento era sondar o perfil das pessoas com quem eu jogava e ouvia a voz no skype muito raramente (somente nas raids) para, um dia, compartilhar no nosso bloguinho. Juro que era por isso.

Alguns rodízios de carne e de pizza depois, descobri: World of Warcraft é “The Sims para gamer que foi hardcore”. Este “wowgamer” 1) passa a não falar de outros jogos, muito menos experimentá-los; 2) tudo é comparável à mecânica de WoW; e – por fim – 3) ele considera WoW o “ultimate challenge” dos jogos eletrônicos. I rest my case.

Será que é só um ataque hater de um retrogamer rabugento? Pelo menos  deu pra compartilhar  a experiência com vocês, amigos retrogamers, que me dão a impressão que percorrem um caminho mais completo e prazeroso jogando jogos variados não somente em gêneros, mas também em épocas. Claro que  existem 12 milhões que discordam de tudo exposto acima; mas isso é apenas WoW sob minha perspectiva. Missão cumprida e game over – em um MMO!

Nunca gostei de The Sims mesmo…

* * *

17 Respostas

  1. […] This post was mentioned on Twitter by Filipi Cloud, Eric João F. Fraga and Eric João F. Fraga, Eric João F. Fraga. Eric João F. Fraga said: O título da incursão é "WoW: Muito MMO, Pouco RPG". Espero que curtam meu lado hater ;-) http://bit.ly/8XCt1w […]

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  2. Concordo plenamente com tudo dito. Eu nunca joguei WoW, mas já me aventurei por outros MMORPGs – por pouco tempo, mas tempo o suficiente para ter certeza que é exatamente assim. Pouco Role Playing, muita “ostentação”. Pura gula de avançar, avançar, engolir níveis e fazer as coisas mais rápido – não importa como.

    Tenho muitos amigos que jogam WoW e é simplesmente irritante conversar sobre games com eles, tudo deixa de existir, só existe Warcraft.

    Eu sou bem xiita quando se trata de MMORPGs – ou MMOs, porque de Role Playing a maioria não tem nada mesmo -, eu simplesmente não jogo nenhum, por medo de me tornar assim, e por ter certeza de que isso me faria perder a oportunidade de jogar muitos outros jogos bons, divertidos, e com boa histórias. Tomei essa decisão depois de perder preciosas horas da minha vida que jamais recuperarei jogando Ragnarok.

    Eu prefiro curtir aventuras sozinho, com calma, ou com amigos no console ou portátil (Multiplayer não é só online). E ainda é bem melhor ter esse contato, sem falar que nunca dura tempo o suficiente para te impedir de jogar outros jogos.

    Ótimo texto. Abs!

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    • Cara, não dá pra completar, ressaltar, alterar, editar nada do que você disse: simplesmente 100% de acordo.

      “Pouco Role Playing, muita ostentação” eu teria roubado essa frase sua certamente, se tivesse lido isso antes. Droga de máquina do tempo que não inventaram ainda…

      Aquele lance de exibir a nova montaria era no mínimo… embaraçoso. Ok, faz parte da brincadeira – tudo bem. Mas como você também comenta, o tempo de um MMO é muito longo e a o gameplay não é compatível com o tempo investido. Se um jogo como WoW fosse a mais fina pérola dos jogos eletrônicos, certamente eu ainda estaria lá. Mas… não é mesmo. E até peca como promover demais o grinding – provavelmente é mandatório para garantir muitas assinaturas viciando o jogador com um movimento tão terapêutico como é o de ficar matando monstrinhos que dão respawn. Melhor jogar Tetris, é “cerebralmente” mais estimulante :-)

      A coordenação entre os jogadores exigida pelas raids é realmente muito interessante, o lado starcraft de warcraft brilha mesmo. Mas – ora – RTS é outra coisa, não é exatamente o que eu esperava, apesar de gostar da engenhosidade do combate. O problema é que depois de todo o grinding até atingir o lvl80, o jogo vira a mesma raid repetida por muito tempo, pois elas são longas (tipo 5 horas seguidas para completar a metade, quando você ainda está no segundo mês com o mesmo grupo raidando).

      E uma coisa que não comento lá porque já estava grande demais: todo mundo joga lendo no wowwiki e similares, ninguém descobre NADA. Sabia que depois do Wikipedia, o maior wiki é o wowwiki? Isso diz muito…

      Valeu mesmo seu comentário e pelo “apoio” eheheheh, abração.

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  3. Bom, agora minha vez de escrever um pouco sobre minha vivencia com os MMORPGs (ou MMOs, como preferirem XD).

    Primeiramente quero concordar com tudo que vcs disseram, tão certíssimos. Me dêem exemplos de mais jogadores q paravam no meio do jogo pra ficar conversando com NPCs e lendo coisas interessantes em alguma biblioteca do Jogo? …. Difícil hein? Agora me dêem exemplo de alguém q já jogou algum MMO, depois parou de jogar e disse que estava satisfeito…

    Não tem certamente.

    Bom, não joguei Wow, mas joguei Ragnarok e parei bem no início, pois o jogo além de ser pura luta contra o tempo pra ver quem consegue upar mais e fazendo quests mais rápido, o jogo não explicava nada de sua história e nem te explicava onde era pra ir em seguida… O único que joguei na vida que mais gostei mesmo foi Tibia (sim, vcs leram certo. Um sobrevivente de Tibia esteve aqui digitando isso). Esse sim, te explica algumas coisas, te dá satisfação ao jogar, não tem gráficos de ultima geração, mas quem disse q jogo só vive de gráfico? (Os retro-players sabem do que estou falando…) Até ai tudo bem, o jogo tem quests fodas e lugares maravilhosos, tem HISTORIA, mas tem o mesmo defeito de todos os outros… A necessidade frenética de ficar evoluindo o personagem, pq se vc não fizer isso, os outros vão te passar a perna e matar seu pobre personagem q estava ali no meio do campo conversando com algum NPC, provavelmente descobrindo uma quest secreta que ninguém iria imaginar que existia. Eu jogo Tibia ainda de vez em quando SIM, mas pra relembrar a jogatina, conhecer mais sobre a histpria, conhecer mais lugares novos que eles lançam periodicamente. Mas não jogo quando existem jogos mais interessantes pra jogar, claro, e não arrisco a jogar qualquer outro MMO q aparecer, pq pode ser fatal =O

    A questão é, eu consigo jogar paralelamente os jogos online e os “offline”, não tenho problema com isso, só que tem um porém! Eu jogo Tibia só com a minha namorada, que entende meu ponto de vista, e pensa como nós. Pq se eu fosse jogar com outros individuos, com certeza não acompanharia o pique…
    Vcs notaram o paradoxo? “Só consigo jogar um MMO quando jogo só ou com uma/duas pessoas no máximo” O contrário de jogos multiplayers de um console qualquer…

    É isso!

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    • Direto ao ponto, Décio!

      Realmente, cria-se um paradoxo inesperado: jogar MMORPG funciona melhor sozinho, quando se quer abordar o jogo como um RPG. Por isso a “campanha”: tirem “RPG” do acrônimo! :D

      A frase do Desslock: “(…) vou apenas me queixar sobre minha incapacidade de encontrar companheiros compatíveis em um roleplaying online”. Ele estava sendo irônico, uma vez que parece que praticamente eles não existem (pessoas com o perfil de explorar o mundo propost, ler e entender as quests, etc)…

      Legal que você trouxe mais exemplos para a salada, os quais só conheço de nome e fama mesmo. Abração Décio, e valeu!

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  4. Adorei o texto, mr. Fraga.

    Nunca joguei MMORPG, e imaginava que seria algo no estilo do que você contou. Eu tive Phantasy Star Online do Dreamcast, mas era piratão e eu só jogava offline. Sim, eu sei, não é “massive”, mas a ideia do PSO não é muito diferente: grinding, grinding, grinding…

    Eu até curti o PSO, eu acho um jogo bacana, mas definitivamente não é RPG. E o WOW pelo visto cai na mesma categoria (embora, obviamente, tenha um mundo bem mais amplo e fascinante etc). Mas não imaginava que a cultura do grinding era tão chata, e que as pessoas nem liam as descrições das quests… que coisa mais sem graça.

    Esse é um problema de jogar online. Eu acho que só vale a pena mesmo jogar online com pessoas que você conhece. Eu, pelo menos, não vejo muita graça em jogar com desconhecidos via internet. Pra mim, é a mesma coisa que jogar contra o computador. Nos tempos de Dreamcast, eu jogava Bomberman Online e Quake 3 com a turma do fórum SEGA do Outerspace, e aí era divertidíssimo, porque todo mundo se conhecia e tal.

    E este seu post guarda semelhanças com meu prometido post sobre Pokémon, rs… aguarde.

    P.S.: todo mundo elogia tanto esse Elder Scrolls que eu já estou quase convencido a dedicar umas horinhas a ele…

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    • Gagá, cara, acredite mesmo: não lêem mesmo, nadinha! Jogam só pela mecânica, pra “upar” até poder “raidar”. Se arrisque a dizer que você não joga com o plugin de quest X, Y e Z – que praticamente automatizam a realização – que você já fica visto como jogador lerdo. Até quem eu conhecia fisicamente ia nessa e, explorar certos lugares, só com 10 pessoas no mínimo, então não dava pra conhecer certos locais do mundo (nunca deu)… por isso que esse Star Wars promete pra quem curte o lance de explorar: vai dar pra recrutar NPCs nessas horas.

      Aguardo mesmo esse seu post sobre Pokémon, eu estava online no mesmo dia em que rolou uns tweets que você disse algo “vou jogar um pokémon pra experimentar”, rs

      Olha, é capaz de você criar um “Gazeta de Tamriel” depois de experimentar algum Elder Scrolls. Certamente renderia post para o Wiimote :) Olha, sabia que em Oblivion tem o equivalente a 1400 páginas de texto, em livros para serem opcionalmente lidos? Só para compor o mundo, e isso num jogo moderno, de 2006 e tal – onde esse tipo de coisa parece não caber. Esses poucos jogos da Bethesda são únicos, o melhor que o RPG do lado de cá tem pra oferecer ultimamente e um senso de exploração como nunca senti num videogame antes, senti no IV. Vou adorar ler um texto seu um dia sobre Elder Scrolls.

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  5. Eric, EPIC FAIL esse texto * wow player detected *
    hahahahaha Brincadeira… :)

    Concordo com tudo o que você falou em relação à jogabilidade e sobre a comparação com RPGs de verdade. Porém, eu penso o seguinte…Existem algumas pessoas que jogam e que se viciam a tal ponto que deixam de viver a vida real p/ viver no Wow. Depois, quando param de jogar, dizem que “perderam a vida” jogando Wow ou coisas do tipo, ou seja, botando a culpa no jogo, enquanto a culpa é dele mesmo…Tenho um colega que trata Wow como se fosse cocaína e olha para todo mundo que joga Wow como se fossem pessoas viciadas. Não é bem assim. Eu sou jogador de Wow há quase 2 anos e não deixo de viver o mundo real para jogar Wow. Diminuí a jogatina nos consoles pelo simples fato de que não tenho mais tanto tempo p/ jogar mesmo.
    Jogar um MMO como Wow é uma experiência única e que ensina muitas coisas que outros jogos não ensinam: como trabalhar em equipe, como lidar com vários tipos de pessoas (tanto no jogo como pessoalmente), como ter determinação p/ conseguir certos objetivos que pouquíssimas pessoas conseguem, como ter força de vontade pra, junto com trocentas pessoas da sua guilda, discutir e tentar encontrar uma forma de matar um boss, só para citar algumas. Além do fato de que um jogo como Wow contém vários mini jogos dentro dele…Se um dia você estiver entediado de raidar, vá ganhar reputação com facções, ou vá “farmar” montarias, etc. E é um jogo que nunca acaba…Adorei Shadow of the Colossus. É uma pena que ele acabou. Esse é o lado ruim dos jogos “não MMO”. São ótimos, mas acabam.
    Boa parte do comportamento que uma pessoa tem dentro de um jogo é reflexo do que ela é fora dele. Existem os vaidosos, os brincalhões, todo tipo de gente. Só não acho legal generalizar.

    Eu joguei 140 horas de Fallout 3 porque queria explorar tudo. Ótimo. Agora o jogo acabou e tudo o que eu fiz nessas 140 horas foi pro saco. Já o tempo que levei jogando Wow até hoje está aqui comigo :)

    Esse foi o relato de um jogador de Wow :)

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  6. Infelizmente não li os comentários por falta de tempo, mas adorei o post no blog
    deixo aqui meu e-mail para todos àqueles que desejam convesar sobre RPG eletrônicos, jogos de computador e videogame e jogos de tabuleiro e cartas.
    Costumo elaborar jogos de tabuleiro e adoro gêneros de RPG medieval, futurista e steampunk
    Para aqueles que desejam montar um grupo para jogar QUALQUER jogo online me convidem !
    Eu até sugiro DDO, mas aceito participar de qualquer jogo mesmo. Eu quero é compartilhar a experiência de explorar um mundo imaginário..
    Alessandro – alezz.floripa@gmail.com

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  7. Exceletne texto, geralmente quem joga MMORPG só fala sobre isso 24 horas por dia, é um saco! Algumas pessoas dizem que os MMORPG vão acabar com os jogos como o conhecemos e eu digo que não existe a mínima possibilidade disso acontecer!! O único RPG online que tenho vontade de jogar é o Phantasy Star Online, jogar ele com os amigos de longa data deve ser muito divertido!

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    • Não sei como alguém pode dizer que os MMOs vão tomar o mercado. Dos gêneros “mais jogados”, MMO tem uma fatia muito pequena, e essa fatia e praticamente toda de WoW, ou seja, um jogo só segura o gênero todo.
      Acredito que a fórmula dos MMOs pode ser bem utilizada se for alterada e incorporada em outros gêneros, por si só a fórmula não deve ir muito longe a não ser que alguém invente algo muito diferente do que vemos hoje por aí, esses MMORPG de hoje são Final Fantasy 1 + Phantasy Star 1 só que multiplayer e sem final épico.

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      • “…esses MMORPG de hoje são Final Fantasy 1 + Phantasy Star 1 só que multiplayer e sem final épico.”

        Quem não tiver tempo de ler o artigo acima, basta esta frase certeira de Danilo ou melhor ainda, o comentário todo dele resume bem e acho que “prevê direitinho” o futuro dos MMOs.

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  8. Fala Éric ! Só para você lembrar, sou seu vizinho aqui do Costa Azul. Jogamos bola juntos quando eramos moleques. :-)

    Bem, eu não me considero viciado no WoW, mas jogo sempre. Passei 1 ano sem jogar, e voltei recentemente para testar o Cataclysm. Aproveito essa minha volta para fazer uma crítica pequena a sua publicação. Eu concorco plenamente com sua postagem, mas não aprovo a sua amostragem. Conheço várias pessoas que jogam, de forma devagar, lendo a história e participando de todas as etapas do game – e eu sou uma delas. Não sei fazer nada em minha vida, sem que ela tenha algum sentido real. No WoW, eu gosto de entender o porque de eu estar matando determinado MOB. Outra coisa, o jogo mudou muito com o Cataclysm. As histórias se completam e existe uma interatividade muito maior e quase não tem quest de matar 1500 mobs. Ao mesmo tempo as raids são muito difíceis e temos que passar por alguma história antes para pode jogar. Ou seja, está mais parecendo um RPG agora. Talvez a sua postagem – que foi muito feliz e interessante – já tenha perido a validade. :-)

    Também estou “babando” pelo Star Wars Old Republic. Não vejo a hora do lançamento.

    Grande Abraço e vamos marcar um pate papo esses dias.

    Marcos Scaramussa

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    • Fala grande Marcos! Sim, jogamos muito esses “babinhas” aí no Rio de Contas :D

      Rapaz, concordo que não houve uma amostragem grande antes do meu comentário – por isso só fiz o post quando alguém lá do outro continente, de uma respeitada revista (inclusive a PC Gamer cobre BASTANTE WoW, o que não era pra ser diferente) comentou daquela maneira ali que você viu. Foi a partir da “amostragem” dele que eu expus a minha, vamos dizer assim.

      Eu posso não ter tido sorte de encontrar jogadores com o mesmo perfil, mas confesso que tentei – e muito. Tanto que eu pouco raidava com a guilda, uma vez que já os conhecia bem e eles eram todos do perfil XP + loop, como citei. Mas mesmo nos papos de Ventrillo, a coisa não melhorava.

      Até que me frustrei mesmo por nunca, nunca conseguir um grupo pra fazer as raids clássicas. Como fazer a mesma raid toda semana, para mim havia se tornado repetitivo em gameplay, abandonei.

      Tenho visto boa coisa no Cataclisma, e o que você citou até anima, dá até uma vontadezinha de voltar mas então lembro que o “tempo MMO” impede que eu jogue retrogames, e por isso não mais me permito – aí já é questão de preferência pessoal mesmo, ou seja, não é por preconceito à nova expansão ou ao próprio WoW.

      Que bom vê-lo por aqui, valeu pelo comentário Marcos, vamos sim!

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  9. Cara, você descreveu uma das coisas que mais me incomodaram no tempo que joguei Lineage 2 essa usura descomunal para subir de level rápido, não ler as descrições das quests…

    foi isso que me fez deixar de jogar MMO

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    • Comentário direto ao ponto, valeu Darkus :)

      Jogadores se entregam à mecânica, e não culpo a Blizzard não – uma vez que o game é livre, dá pra fazer o que quiser lá. Mas não…. não…. ninguém quer explorar, é só a dungeon da vez, a raid da vez e ler tudo na web antes – ninguém tenta descobrir nada. Espírito de role-play zero :)

      Valeu Darkus!

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